domingo, 31 de maio de 2020

Fabre Montmayou Reserva Cabernet Franc 2017

Provei este Cabernet Franc por ocasião de uma live com o Eduardo Araújo, educador em vinhos aqui de Florianópolis, e por ocasião do aniversário do seu pai Fernando, que foi quem escolheu o vinho. Tempos difíceis esse da pandemia de coronavírus , mas de certa forma celebramos em uma segunda feira de maio o aniversário desse nosso amigo. A degustação foi às cegas, o vinho veio embalado e com a rolha trocada, para que não se tivesse informações prévias mesmo.

A Cabernet Franc em Mendoza sempre surpreendendo, e já consolidada como uma das melhores cepas adaptadas a esse lugar.

Produzido por Bodegas Fabre em Luján de Cuyo, Mendoza, com 100% de Cabernet Franc. Esta vinícola possui vinhedos e vinhos de duas regiões : Mendoza e Patagônia . Tem como filosofia uma vinificação moderna aliada ao respeito pelo terroir e uso do carvalho sem exageros. 60 % deste Cabernet Franc estagiou em barricas de Carvalho francês. É de propriedade de Hervé Joyaux Fabre, um francês nascido em Bordeaux e que trouxe a filosofia de sua família, negociantes de vinho, para Mendoza.


De cor rubi médio com reflexos violáceos. Aromas de média intensidade , mais pronunciados, de evolução jovem, inicialmente frutas vermelhas como framboesa e cereja maduros, húmus . Com o evoluir na taça surgem pronunciados aromas de frutos negros como amora e cereja, chocolate e cassis. Em boca é seco com boa acidez, taninos finos e granulados, álcool alto. De bom corpo em boca, remetendo aos aromas já descritos de frutos negros e chocolate, com uma intensidade pronunciada e longo final. Um vinho muito bom, que pode ser bebido agora mas tem potencial para envelhecimento. Elegante, potente e com boa complexidade.

Preço : R$ 100,00 em maio de 2020, adquirido como dito antes, para esse evento do Wine Pub de Florianópolis. Fiquei curioso para conhecer os outros vinhos desse produtor. Saúde !!


Borgo San Leo Nero D’Avola 2015

O vento Sirocco é Um vento quente e seco, originado no Norte da África, particularmente no deserto do Saara, e devido às diferenças de pressão, invade a bacia do Mediterrâneo gerando um enorme impacto nas condições climáticas dessa região. Observemos na foto abaixo a Sicília, a península da Itália e a Grécia, por exemplo.

A Itália além de ter uma geografia muito particular, com montanhas como os Alpes e as Dolomitas ao Norte, ainda tem a Cordilheira dos Apeninos, que estende-se por mil kilometros ao longo do país , na região central e leste.
Aqui cabe um parênteses : são esses mesmos montes, a formação dos Apeninos lá no Norte, chamado de Arco da Ligúria, que isolam o Piemonte da influência marítima .

Mas não há geografia que impeça o quente sirocco de agir, invadindo a Sicília, deixa em certas áreas o clima mais seco e árido, propiciando as condições para que a viticultura se apresente da forma como a conhecemos hoje. Também invade A Puglia, e entre a Croácia, Bósnia e Itália chega ao Norte passando sem barreiras pelo mar Adriático, aquecendo a região de Friuli Veneza Giulia, que é limitada de um lado pela montanha, e de outro pelo mar, região esta que é famosa pelo produção de vinhos brancos. Interessante, não?


Voltando à Sicília,  com suas particularidades:
A Nero D’Avola está entre as uvas tintas mais plantadas da região e pode ser considerada uma das melhores cepas nativas da Itália. Seu sabor é caracterizado por uma acidez marcante e taninos finos, ocasionalmente agressivos. A produção baixa confere alto teor alcoólico e toques de ameixa e canela. Tem afinidade com o carvalho.


O Borgo San Leo Nero D’Avola 2015 é um vinho de cor rubi médio, com halo transparente, lágrimas numerosas e lentas. Aromas de média intensidade de ameixa e cereja pretas,  piso florestal, terroso. Em boca tem médio corpo, taninos macios, álcool se sobressaindo em relação à fruta. Mesmo tendo suas limitações quanto à falta de acidez e taninos é um bom vinho, que guarda a tipicidade da Nero D’Avola. Uma boa experiência. Um bom vinho e de bom custo-benefício.
Adquirido na Dignum Vinhos de Florianópolis em maio de 2020, custou R$ 74,00.

quarta-feira, 20 de maio de 2020

Você já provou Prunelle?

Quando estivemos na Borgonha provamos pela primeira vez um Crémant (espumante), cujos exemplares não me chamaram muito a atenção, e quando pedi um aperitivo, me foi servido a Prunelle.


Para quem não sabe, Prunelle é um destilado feito com a fruta de mesmo nome, com um aroma e sabores intensos de avelã. Quando tive oportunidade de comprar uma garrafa, assim o fiz.

Este exemplar foi adquirido no famoso Clos Vougeot, tem 25% de graduação alcoólica e é muito saboroso. Recomendo a compra a quem encontrar uma garrafa destas, seja na própria França ou para prova em algum bar, ou restaurante, vale a pena.

É uma bebida para ser apreciada como a ginginha em Portugal (os portugueses não gostam que seja chamada assim, para eles é ginga), ou um vinho do Porto, ou mesmo o Malamado da Zuccardi (um fortificado de Malbec). 
Um brinde!

segunda-feira, 18 de maio de 2020

Vinhedos Hood Pinot Noir 2018

Vinho produzido por Mário Geisse em vinhedo adjacente a sua propriedade em Pinto Bandeira - RS, na quantidade de 1.350 garrafas.

‘Um único cacho de cada vinha, durante a colheita para espumante, foi deixado amadurecendo por 3 semanas mais para a elaboração deste vinho, o qual foi engarrafado, sem ser filtrado, após oito meses em velhos barris de Carvalho francês.’


Vinho de cor rubi pálido, com alguma turbidez. Aromas de início fechados, mas que abrem-se com o girar da taça para os típicos da Pinot: cereja, framboesa envoltos em aroma floral, de violeta e discreto de especiarias, tabaco, leve madeira tostada. Elegante. Em boca é seco, muito boa acidez, discreto amargor final. Me pareceu um bom Pinot para ser apreciado sem acompanhamentos, um vinho mesmo de verão. Álcool a 11,5%. Uma boa experiência.
Adquirido na Essen em Florianópolis, em maio 2020, ao custo de R$ 126,50.

Emilio Moro Finca Resalso 2016

Produzido pelas Bodegas Emílio Moro, em Ribera del Duero.

Esta importante região espanhola está isolada de influências marítimas por um anel de montanhas, o que garante verões curtos, quentes e secos e invernos muito frios. Por outro lado, a altitude concede temperaturas noturnas baixas durante todo o ano, e isto é um diferencial tremendo, que faz com que as uvas amadureçam plenamente, ao mesmo tempo que estas retém acidez e sabores de fruta fresca. O resultado dessas condições levam às vinicolas a fazerem bons vinhos em todas as faixa de preço.

O Finca Resalso é o vinho que a Vinícola Emílio Moro faz com videiras jovens, e o nome é uma homenagem de um vinhedo histórico que foi plantado em 1932.
O representante de hoje de Ribera Del Duero é um vinho 100% Tempranillo.




Na taça é um vinho de cor rubi, lacrimoso, aroma de frutas vermelhas como framboesa e cereja. Em boca tem corpo médio, muito boa acidez, o que equilibra o vinho, e taninos macios. Não tem grande complexidade, mas é bom, e de bom custo-benefício.
Álcool a 13,5 %
Bodegas Emilio Moro - Pesquera del Duero
Espanha

Comprado no BIG Mercearia em São José - SC em 01/11/2019 - R$ 81,95

domingo, 17 de maio de 2020

Araldica Barbera D' Asti Ceppi Storici 2015

A Barbera é uma uva que se expressa melhor no Piemonte, e participa da tríade de uvas tintas, juntamente com a Nebbiolo e a Dolcetto, como protagonista dos melhores vinhos produzidos nessa famosa região italiana.  Gera vinhos com sabores de frutos silvestres, especiarias e madeira defumada. É a segunda uva mais cultivado no Norte da Itália.

Barbera D’Asti DOCG é praticamente uma extensão de Barbaresco, com solo com mais argila e menos calcário, mais propício à Barbera do que à Nebbiolo, portanto. Produz vinhos com alto teor alcoólico , sabores de frutas negras e caça. Atualmente, com a diminuição da produção por hectare, e o uso de barricas de carvalho para evolução do vinho, a Barbera tem ganhado destaque cada vez maior no Piemonte.

Ceppi Storici foi produzido pela Vivícola Araldi nas colinas de Monferrato, Piemonte, com 100 % da casta Barbera.

https://www.araldicavini.it/



Vinho de cor rubi médio. Aroma de frutos negros, do bosque, cereja, ameixa, piso florestal, cogumelos, cassis. Em boca tem corpo médio, com muito boa acidez, taninos finos, álcool a 14% v.v., sabor de média intensidade, com longo final de boca. De muito boa tipicidade. Resumindo: taninos firmes, acidez viva e aromas terrosos, ou seja, um bom italiano.
Passagem de 1/3 do vinho em barricas de Carvalho francês , o restante em botti.
Um vinho gastronômico sem dúvida. Pronto para beber, não ganhará com a guarda. Muito bom vinho.
Após a taça vazia os aromas persistem, como um buquê e um festival para os sentidos. Um perfume.

Comprado na loja da Decanter em Florianópolis em maio de 2020, custou R$136,00