domingo, 22 de dezembro de 2013

Marisqueira Sintra

Para comemorar o aniversário da minha esposa, procuramos um restaurante especial. Como já tínhamos indicação de amigos, resolvemos conhecer o Marisqueira Sintra, restaurante de Florianópolis especializado em frutos do mar e na tão apreciada comida portuguesa. Como o restaurante é panorâmico, a parte externa com paredes envidraçadas, me chamava a atenção quando por lá passava de bicicleta, as boas taças alinhadas na mesa e o capricho do interior. É dividido em dois ambientes, um salão e um deque à beira-mar.
O Restaurante é daqueles bacanas lá em Santo Antônio de Lisboa, um dos recantos mais legais de Floripa:


Com uma decoração típica, o restaurante é um mimo, muito agradável.


Já vi que aquário é comum em restaurantes portugueses, esse não foge à regra.


Adega climatizada para os vinhos, muito importante!

Para iniciar os trabalhos dispensamos o couvert e pedimos de entrada bolinhos de bacalhau (vou ficar devendo a foto), muito bons, e por sugestão do garçom, um vinho Casa Ferreirinha Esteva Douro 2012. Bom vinho, com boa acidez, típico do Douro, mas acho que para o prato a harmonização ficaria melhor com um branco ou um Vinho Verde.

O prato principal foi um Bacalhau à Doce Sintra (Posta de bacalhau assado em azeite, regado com creme de natas e figos, servido com batatas ao murro e arroz de azeitonas).
Olhem só que maravilha:
O bacalhau fica com um molho leve, agridoce, o arroz é espetacular (para os muito fãs de azeitona, como eu) e as batatas ao murro foram as melhores que já comi.
De sobremesa, pastel de nata e, já que havíamos pedido vinho tinto, resolvi encerrar com pêra bêbada:

Ao fundo a Ponte Hercílio Luz iluminada à noite. Espetáculo.


Restaurante amigo do vinho: Sim. O forte são os vinhos portugueses, com uma carta bem variada e opções para todos os bolsos. Boas taças, adega climatizada. Há opções de alguns bons vinhos e espumantes nacionais também. Servem vinho em taça.
Funcionários atenciosos, bom atendimento.
Custo: 252,45 reais
Altamente recomendável
Rua XV de Novembro, 147 Santo Antônio de Lisboa, Fpolis. (48) 3234-4219
www.marisqueirasintra.com.br



5Ta Generacion Gran Reserva Malbec 2009



Hoje em dia não há nenhum restaurante que se preze no mundo que não tenha em sua carta um Malbec argentino, principalmente da região de Mendoza. Nenhum no mundo? Nenhum no mundo.
A explicação para isso é que em Mendoza esta casta atinge o seu ápice, e quando comparada com sua equivalente francesa, dá vinhos mais frutados, ricos e intensos. Ao contrário da França, na qual a produção de Malbec está em declínio, em Mendoza ela é a uva emblemática, sendo que nessa região a associação de vinhas velhas com a altitude é um dos fatores que justifica a alta qualidade dos vinhos produzidos com esta casta.
O 5Ta Generacion Gran Reserva é produzido pela vinícola Goyenechea na região de San Rafael, sul de Mendoza, com uvas 100% Malbec. Passa por 14 meses em barricas de carvalho francês de primeiro e segundo uso e 2 anos em garrafa em temperatura controlada antes de ser comercializado. Álcool a 14%.
Vinho de coloração vermelho-púrpura com halo violáceo, lágrimas grossas e lentas, límpido.
Bouquet de boa evolução com intensidade e persistência marcantes. Aromas de ameixas, cereja madura, café, baunilha, tabaco.
Fim-de-boca equilibrado, aveludado, quente, com boa persistência. Harmonioso.
Um grande vinho. Altamente recomendável.
Acompanha de forma perfeita as carnes assadas, o churrasco.
Custo: comprado no Carvalho Francês em Florianópolis em março deste ano (2013), custou 69,90 reais.



sábado, 7 de dezembro de 2013

Flor de Viseu Selection 2009

Produzido por Ares do Dão- Soc. Vitivinícola com as castas Touriga Nacional e Alfrocheiro. A Touriga Nacional é considerada a grande uva tinta portuguesa. Ela compõe, com algumas outras castas, os melhores vinhos dos DOCs Porto e Douro, e também os do vizinho Dão, sua zona de origem. Do Dão especula-se que se origina também a Alfrocheiro, casta misteriosa pois só é referenciada após a crise da filoxera (finais do séc. XIX). 
Vamos ao vinho em questão:
De coloração rubi com halo bordô, límpido, lágrimas finas e lentas. Evolução do bouquet com média intensidade, de média persistência, fruta madura. Aromas de ameixas e especiarias de média persistência, vinoso, típico, equilibrado. Seco, caloroso e tânico. Fim de boca com leve adstringência e amargor. Simples e bem equilibrado. Álcool à 13%. Para quem aprecia um vinho português típico e é um belo representante em sua faixa de preço. Tem os aromas de Portugal, sem ser esnobe ou pretensioso, um vinho simples e de bom custo- benefício. Pronto para beber, não evoluirá com a guarda.  
Mais uma vez destaco o design de um rótulo do Velho Mundo, limpo e muito bonito. A flor simboliza a flor de cardo, utilizada como coagulante do afamado Queijo Serra da Estrela.
Nota=86 pontos
Custo= 35,00 reais, comprado no site Sonoma.



domingo, 1 de dezembro de 2013

Casa Silva Reserva Cuvée Colchagua Pinot Noir 2011





Post para a Confraria Brasileira de Enoblogs, cuja sugestão foi do confrade Tiago Bulla, do Universo dos Vinhos: Pinot Noir Chileno, sem limite de preço.
Resolvi apostar em um Casa Silva, importado para o Brasil pela Vinhos do Mundo de Porto Alegre e muito conhecido dos brasileiros.
Estagia por 6 meses em barricas de carvalho.
Na taça um vinho de cor rubi com lágrimas finas e rápidas. Nariz simples com aroma de figo bem maduro e um toque herbáceo discreto muito bom.
Em boca confirma os aromas, leve, corpo médio, taninos finos, retrogosto de chocolate e boa persistência. Boa acidez, gastronômico. Um clássico ao estilo Casa Silva, mas não empolga muito.
O argentino Luigi Bosca Pinot Noir é uma escolha melhor, por ser mais frutado e vibrante, e mais complexo, na mesma faixa de preço.
Para a composição da noite (um sábado) resolvemos harmonizar com uma receita que vi no canal Bem Simples, um roast beef veja aqui
Nota= 86 pontos.
Preço= 65 reais. Comprado no Emporium Nostra Adega em Florianópolis.
Um brinde e um abraço fraterno a todos!






Les Coucherias 2011

 Os franceses da Borgonha elevaram a Chardonnay ao nível de estrela e protagonista ao elegê-la como praticamente a única uva branca para a produção de seus vinhos. Eles fazem vinho há tanto tempo que descobriram exatamente que é esta variedade que cresce melhor e que melhor expressa o terroir da região. O solo calcáreo predomina em todas as áreas, o clima é de verões quentes, invernos frios e há constante ameaça de tempestades de granizo. O clima relativamente severo resulta em um número reduzido de safras realmente boas para o Borgonha branco, além da produção ser pequena, daí seu alto preço.
Resolvi abrir esta garrafa hoje pela mesma razão que o Anonymus gourmet assiste ao filme Casablanca várias vezes por ano, todos os anos: "Para não deixar de acreditar..." 
O Les Coucherias é produzido a partir de um vinhedo premier cru, pelo método biodinâmico, pelo produtor Jean Claude Rateau, em Beaune, com 100% da casta Chardonnay. Outros vinhos do mesmo produtor foram postados veja aqui
O 2003 estagiou por 14 meses em barricas de carvalho usado. Não consegui detalhes sobre o 2011 no site, mas o carvalho está discreto, sutil e harmônico, o que me faz pensar que o estágio em carvalho é apenas para evolução do vinho, à maneira do Velho Mundo, sendo que há pouca contribuição da madeira emprestando compostos como estamos acostumados com os californianos, o que para meu gosto é um ponto a favor.
De bonita cor dourada, com lágrimas finas e rápidas, límpido. Uma explosão de aromas, em camadas, pêra, maçã, flores brancas, abacaxi, amêndoas, de média intensidade, elegante, de muito boa evolução na taça. Em boca apresenta um dulçor, mas que não é enjoativo, e é persistente, delicioso, convida a outro gole. Leve acidez, muito harmonioso. No final é amplo, longo e caloroso. Enfim, um vinhaço. Acredito que possa ser guardado tranquilamente por mais 4 ou 5 anos.
Comprado diretamente com o produtor, custou 26 euros, muito barato para um vinho desta qualidade.
Nota= 95 pontos
Harmonizou muito bem com um risoto de pêra e gorgonzola.
Um brinde!