sábado, 26 de setembro de 2015

Riesling Peter Lauer

Mais 2 Rieslings para a conta: Desta vez o produtor é Peter Lauer, do Vale do Mosel, Alemanha.

Acredito que é preciso provar um certo tipo de vinho muitas vezes para entendê-lo, ou entender realmente a sua beleza. Digo isto porque considero uma experiência muito diferente provar vinhos brancos alemães da uva Riesling.
Dos secos aos doces, dos muito minerais aos ácidos, dos de baixo a médio teor alcoólico, não tenha preconceito, nem aos Rieslings, nem aos brancos. Apenas prove e perceba. Vamos nessa?

1) Kabinett Peter Lauer 2014


Na taça um vinho de cor amarelo-verdoso, brilhante, pouco fluido.
Aromas de flores brancas e cítricos, pouco intensos. Em boca é que se sobressai, um conjunto cítrico (maçã verde e limão), intenso, mineral e doce. Muito boa persistência no final de boca. Harmônico e linear.
Álcool a 8% v.v.
Um grande vinho, de um grande terroir. Para uma reunião informal, um fim de tarde ou harmonizado com cozinha oriental. Como a própria classificação informa, os Kabinett são vinhos leves e refrescantes, ideais como aperitivos. Muito Especial!
Comprado Na Viniculture, em Berlim, custou 16,50 euros.




2) Senior Peter Lauer 2014
Na taça um vinho de cor amarelo palha, pouco fluido.
Um vinho muito diferente do anterior, austero. Aromas de média intensidade, pouco frutado (pêssego) e muito mineral. Confirma em boca, um vinho caloroso, sente-se a presença do álcool, que, neste vinho tem o teor de 11,5 v.v. Linear como os Rieslings costumam ser, vai direto ao ponto.
Um vinho mais gastronômico.
Comprado Na Viniculture, em Berlim, custou 15 euros.


Enfim, dividi mais uma experiência com brancos, espero que percamos o preconceito com esses vinhos, porque rendem experiências fantásticas e não merecem ser desprezados, mas sim, exaltados. (Espero postar alguns bons brancos produzidos em território nacional em breve, eles existem!).


Um Brinde!

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Terroir

É com grande alegria e prazer que escrevo novamente um post para o Zucca Gastrô, e desta vez abordaremos o termo terroir.

Vinhedo na Provence

Se você é apreciador de vinhos, já deve ter ouvido a palavra terroir. Mas que diacho é isso? Tão complicando meu vinho...

Na verdade, saber e aprender sobre o terroir é importante mesmo, porque diferencia o vinho de todas as outras bebidas do mundo.

Vale do Rio Douro - Portugal

 Em todo vinhedo, uma combinação única de clima, topografia, e solo modela o caráter das vinhas que ali crescem e das uvas que elas produzem. Por sua vez, o vinho feito dessas uvas reflete o aspecto deste lugar.

Terroir é uma palavra de origem francesa que compreende todas as várias e únicas combinações de geografia, clima, viticultura que influenciam as uvas em cada particular área vinícola, tanto um único vinhedo como uma região inteira, incluindo solo, chuvas, sol, ventos, inclinação do solo, irrigação e drenagem.

Piemonte - Itália

O conceito que está por trás de terroir é que dois vinhedos não são exatamente os mesmos. Simples? Pois é isso mesmo.
Até uvas exatamente da mesma cepa criarão vinhos diferentes no gosto, devido à unicidade do terroir sobre o qual cada uma foi cultivada.
Por isso que não é difícil ouvir, de forma romântica, que o vinhateiro expressa o terroir, o solo, através do seu cultivar (no caso, a uva).

Marlborough - Nova Zelândia


Essa diversidade de terroir (uma combinação de solo, clima e indefinível "senso do lugar") é altamente valorizada entre os produtores de vinho e especialmente entre os colecionadores.

Por isso os produtores criam regras específicas para ter a denominação DOC (Denominação de Origem Controlada), porque isso equivaleria a ter um "produto de terroir", um produto único, próprio de uma área delimitada.
No Brasil temos a DO do Vale dos Vinhedos ( a D.O. possui regras de cultivo e processamento mais restritas do que as estabelecidas para a Indicação de Procedência -I.P.), o que traz valor agregado ao produto, garantindo que o mesmo é produzido dentro dos limites do território, sob regras restritas. Bacana não é?

Veja aqui toda a lista de vinhos brasileiros com a D.O. do Vale dos Vinhedos:

http://www.valedosvinhedos.com.br/vale/conteudo.php?view=97&idpai=132

Na foto abaixo, uma garrafa de 6 litros ( chamada de Mathusalem ou Impériale) de Lote 43 Safra 2011 que tive o prazer de compartilhar com amigos em uma confraternização muito especial.

Um blend de Cabernet Sauvignon e Merlot, complexo e potente, com 14% v.v.


Enfim, o Lote 43 da Miolo é um dos vinhos que trazem no rótulo o selo da D.O. Vale dos Vinhedos, e é um dos vinhos nacionais obrigatórios na adega de qualquer um.

Adquirido em 20/04/2015, em Caxias do Sul, na Boccati Vinhos, e custou 486,00 reais. (Na Vinícola Miolo não encontrei).




Um Brinde!
No próximo post: O Uso de Carvalho no Vinho.
Aguardem!

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Curatolo Arini Paccamora Nero d'Avola 2013

Na Sicília se produz vinhos tão típicos quanto em outras regiões da Itália. Assim, provemos um Barolo do Piemonte, um Amarone do Vêneto, ou um Chianti da Toscana, e imediatamente o vinho nos reporta ao terroir, ao clima, aos vinhedos. A Itália é um país que expressa, em suas uvas, o seu País, a sua gente, a sua cultura, a sua mesa, o seu estilo e o seu bem viver. Escrevo isso admitindo a minha paixão por seus vinhos e por sua diversidade de estilos. Viva a Itália!



O vinho de hoje é um siciliano IGT produzido 100% com a casta Nero d'Avola. Não passa por carvalho, na tentativa de expressar somente a fruta.
De cor rubi, com pouca fluidez. Aroma frutado e característico, com muita cereja e algo de especiarias.
Em boca tem corpo médio, em equilíbrio com um corpo tornado caloroso pelo álcool, fino, ainda que exprimindo uma certa juventude, tânico e pouco sápido. Gastronômico como um bom italiano.
Um vinho do Mediterrâneo, de clima muito quente, sem dúvida.
Álcool a 13%
Comprado na Decanter em Florianópolis, custou 78,80 reais.
Nota= 88 pontos
Um Brinde!

P.S. Veja mais sobre outro Nero d'Avola neste link




Torii Cabernet Sauvignon 2008 - Mais um Belo Representante Catarinense


Hoje trouxe uma boa dica de um vinho catarinense, garimpado na última viagem a São Joaquim.



Torii Cabernet Sauvignon 2008

Produzido pela Vinícola Hiragami a 1427 m de altitude, portanto, dos parreirais mais altos do estado, em São Joaquim - SC com as uvas Cabernet Sauvignon e Merlot.
(Há um outro Cabernet Sauvignon da Hiragami, que passa mais tempo em carvalho, e que foi premiado, mas hoje vamos falar deste, que achei excelente custo-benefício)

12 meses de amadurecimento em barricas de carvalho francês. Álcool a 13,6%.

Um vinho de cor rubi com reflexos de cor tijolo.

Aroma vinoso, característico das cepas, com café torrado, ameixa e herbáceo em um conjunto homogêneo e harmônico.

De corpo médio, em boca os taninos estão redondos e macios. Elegante e evoluído. Boa persistência em boca.
Um vinho pronto, não evoluirá com mais tempo de guarda. Portanto desfrutem-no se acharem para compra!

Adquirido na Casa do Vinho, custou 60,00 reais.

Nota= 87 pontos.

Fiquei curioso para provar os outros vinhos desta Vinícola.
Um brinde!

https://www.facebook.com/pages/Vinhos-Hiragami/1719858111573856