A festa
de final de ano do nosso grupo de amigos foi em São Joaquim, uma pequena cidade
conhecida no Brasil inteiro pelo clima que atinge baixas temperaturas no
inverno, pelas excelentes maçãs aí produzidas e agora também impulsionada pelo vinho,
claro.
"A
serra catarinense é uma região de muita altitude, variando entre 900 e 1.400 m.
Nesta região estão os vinhedos mais altos e em clima mais frio do país. Isto
propicia a produção de uva com características próprias. Os solos são rasos,
pedregosos e com alto teor de matéria orgânica e argila."
Para se
ter uma idéia de como a altitude é importante na produção de vinhos, temos que: " A cada aumento de 100 m de altitude corresponde um atraso na brotação
de 1 a 2 dias e atraso na maturação de 1 a 4 dias. A temperatura decresce, em
média 0,6 C para cada 100 m de altura, causando atraso de um dia para cada 30 m
de altura ( até os primeiros 1.000 m) e, após, um dia a cada 20 m."
Fonte:
Eduardo Giovannini no Livro Viticultura e Enologia- Elaboração de Grandes
Vinhos nos terroirs brasileiros.
Isto explica porque a colheita ocorre mais cedo no Rio Grande do Sul, nos meses
de Janeiro/ Fevereiro e mais tarde em São Joaquim, nos meses de Abril/Maio,
meses esses em que a quantidade de chuvas diminui na região, permitindo que as
uvas amadureçam melhor.
"Em
São Joaquim, as uvas amadurecem lenta e plenamente por conta de verões amenos
com noites frias. O tempo da colheita ocorre mais tarde, podendo chegar até
maio no caso das uvas mais tardias. Estas condições geram frutos com bom teor
de açúcar, e álcool em torno de 12 graus para brancos e 14 para tintos. O lento
amadurecimento permite a preservação dos ácidos naturais e a formação plena de
polifenóis, permitindo longa guarda a estes vinhos."
Fonte:
Sônia Denicol em laboratório de sommelier
Mas, antes de contar-lhes a
aventura em São Joaquim, iniciamos nossa viagem com uma parada na Vinicola
Mazon, em Urussanga, uma das cidades que fazem parte do projeto " Vales da Uva
Goethe".
As crianças foram explorar os vinhedos!
No final do dia, início da noite, fomos recepcionados por esse lindo pôr-do-sol na Vinicola Monte agudo.
Estavam esperando a gente
prontos...
Fomos recebidos com o espumante
rosé Sinfonia e com o chardonnay Monte Agudo. Eu sou fã do Chardonnay da
vinicola, já tendo postado sobre ele antes. Veja aqui.
Como estava o menú? Olha só!
E, como
em toda grande viagem é importante fazer novos amigos, tratamos de seguir o
lema à risca, sejam bem vindos Carolina e seu pai, um dos proprietários da
Vinícola, o médico Leônidas Ferraz.
No
outro dia tínhamos um compromisso muito importante: conhecer a Casa do
Vinho, uma loja no centro da cidade de São Joaquim, imperdível pela variedade
de vinhos nacionais incrível, e também pelo atendimento do proprietário, uma
pessoa ímpar e carismática. Sr Vilson, obrigado!
Sala de
Degustação na Casa do Vinho de São Joaquim (comentamos que está faltando uma
dessas em Florianópolis)
Tivemos oportunidade de provar alguns bons representantes de SC:
Minhas
impressões:
Vinho
1: Sanjo Núbio Sauvignon blanc 2013. Típico, um vinho muito fresco, com uma exuberância
de aromas cítricos e 13,9%Vol.! Boa acidez em boca. Um bom vinho que vale muito
a pena experimentar. Gastronômico.
Vinho
2:Villa Francioni Chardonnay 2013 - Seguindo a grande linhagem do Lote I, um
dos melhores brancos que já provei, este 2013 passa por doze meses em
barricas de carvalho francês novas e tem 13% Vol. Aromas típicos da casta, com
muita fruta e muito harmônico, um vinho classudo e elegante. Já pensei em um
prato de salmão para ele.
Vinho
3: Rosé Villa Francioni - Já postei sobre esse vinho também, Veja aqui.
Vinho
4:Pericó Basalto 2008 Produzido com Cabernet sauvignon 60% e Merlot 40%. Aromas de café, frutos vermelhos e chocolate. Em boca é um vinho leve e fácil de beber, com taninos macios e muito bom custo-benefício. Um belo representante catarinense em sua faixa de preço (por volta de 50,00 reais)
Vinho
5:Suzin Cabernet sauvignon 2009 Um vinho de boa estrutura em boca, com certa adstringência. Estagia por 9 meses em barricas de carvalho francês. 13% Vol.
Vinho
6:Comendador Villa Francioni 2009 Produzido com Malbec, Cabernet franc e Cabernet sauvignon, em homenagem ao Sr Vilson pela Villa Francioni como um agradecimento por ser o maior distribuidor dos vinhos da Vinícola. 16 meses de barrica
Vinho
7:Orgalindo Bettú Cabernet Franc 2008. O melhor vinho da prova. Exuberante, com riqueza de aromas e muito persistente em boca. Traz o DNA da família Bettú e do terroir de São Joaquim, pelas mãos de um dos melhores enólogos brasileiros. Rico, complexo e elegante. Custo de 150,00 reais. Belo produto.
Sr Vilson, grande pessoa, nos recebeu como um legítimo Comendador do Vinho.
Grande figura do setor, conhecido e respeitado por todos.
Para conhecer mais: http://casadovinho.net/
Após o almoço, estava na hora de fazer uma visita
à Villa Francionni:
Uma das mais belas vinícolas do Brasil, a Villa Francioni vale muito a visita, um projeto grandioso ao nível das melhores vinícolas européias, idealizada e construída pelo empresário Sr Manoel Dilor de Freitas, já falecido.
Para quem quiser mais informações sobre a vinícola e os vinhos:
http://villafrancioni.com/vf/
Provamos
o espumante rosé, o Rosé Villa Francioni (de novo) e o Joaquim tinto.
Tive a oportunidade de provar um dos vinhos top da vinícola, o
Michelli, e gostei muito.
Ao
final rumamos de volta à Florianopolis, após uma grande confraternização com os
amigos e família deixando as altitudes para trás mas com vontade de voltar em
breve. Difícil descrever em palavras a grande confraternização e alegria de ter
os amigos e familiares juntos, por isso já estamos a programar outras. Um abraço a todos!