sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Final de Ano 2014



A festa de final de ano do nosso grupo de amigos foi em São Joaquim, uma pequena cidade conhecida no Brasil inteiro pelo clima que atinge baixas temperaturas no inverno, pelas excelentes maçãs aí produzidas e agora também impulsionada pelo vinho, claro. 

"A serra catarinense é uma região de muita altitude, variando entre 900 e 1.400 m. Nesta região estão os vinhedos mais altos e em clima mais frio do país. Isto propicia a produção de uva com características próprias. Os solos são rasos, pedregosos e com alto teor de matéria orgânica e argila."
Para se ter uma idéia de como a altitude é importante na produção de vinhos, temos que: " A cada aumento de 100 m de altitude corresponde um atraso na brotação de 1 a 2 dias e atraso na maturação de 1 a 4 dias. A temperatura decresce, em média 0,6 C para cada 100 m de altura, causando atraso de um dia para cada 30 m de altura ( até os primeiros 1.000 m) e, após, um dia a cada 20 m."

Fonte: Eduardo Giovannini no Livro Viticultura e Enologia- Elaboração de Grandes Vinhos nos terroirs brasileiros.



Isto explica porque a colheita ocorre mais cedo no Rio Grande do Sul, nos meses de Janeiro/ Fevereiro e mais tarde em São Joaquim, nos meses de Abril/Maio, meses esses em que a quantidade de chuvas diminui na região, permitindo que as uvas amadureçam melhor.

"Em São Joaquim, as uvas amadurecem lenta e plenamente por conta de verões amenos com noites frias. O tempo da colheita ocorre mais tarde, podendo chegar até maio no caso das uvas mais tardias. Estas condições geram frutos com bom teor de açúcar, e álcool em torno de 12 graus para brancos e 14 para tintos. O lento amadurecimento permite a preservação dos ácidos naturais e a formação plena de polifenóis, permitindo longa guarda a estes vinhos."
Fonte: Sônia Denicol em laboratório de sommelier







Mas, antes de contar-lhes a aventura em São Joaquim, iniciamos nossa viagem com uma parada na Vinicola Mazon, em Urussanga, uma das cidades que fazem parte do projeto " Vales da Uva Goethe".







As crianças foram explorar os vinhedos! 












No final do dia, início da noite, fomos recepcionados por esse lindo pôr-do-sol na Vinicola Monte agudo.



Belíssima propriedade.




Estavam esperando a gente prontos...



Aí foi só rechear a casa com esse pessoal maravilhoso.




Fomos recebidos com o espumante rosé Sinfonia e com o chardonnay Monte Agudo. Eu sou fã do Chardonnay da vinicola, já tendo postado sobre ele antes. Veja aqui.

Como estava o menú? Olha só!



E os tintos no decanter...




E, como em toda grande viagem é importante fazer novos amigos, tratamos de seguir o lema à risca, sejam bem vindos Carolina e seu pai, um dos proprietários da Vinícola, o médico Leônidas Ferraz.




No outro dia tínhamos um compromisso muito importante: conhecer  a Casa do Vinho, uma loja no centro da cidade de São Joaquim, imperdível pela variedade de vinhos nacionais incrível, e também pelo atendimento do proprietário, uma pessoa ímpar e carismática. Sr Vilson, obrigado!

Sala de Degustação na Casa do Vinho de São Joaquim (comentamos que está faltando uma dessas em Florianópolis)



Tivemos oportunidade de provar alguns bons representantes de SC:



Minhas impressões:

Vinho 1: Sanjo Núbio Sauvignon blanc 2013. Típico, um vinho muito fresco, com uma exuberância de aromas cítricos e 13,9%Vol.! Boa acidez em boca. Um bom vinho que vale muito a pena experimentar. Gastronômico.

Vinho 2:Villa Francioni Chardonnay 2013 - Seguindo a grande linhagem do Lote I, um dos melhores brancos que já provei, este 2013 passa por doze meses em barricas de carvalho francês novas e tem 13% Vol. Aromas típicos da casta, com muita fruta e muito harmônico, um vinho classudo e elegante. Já pensei em um prato de salmão para ele.

Vinho 3: Rosé Villa Francioni - Já postei sobre esse vinho também, Veja aqui.

Vinho 4:Pericó Basalto 2008 Produzido com Cabernet sauvignon 60% e Merlot 40%. Aromas de café, frutos vermelhos e chocolate. Em boca é um vinho leve e fácil de beber, com taninos macios e muito bom custo-benefício. Um belo representante catarinense em sua faixa de preço (por volta de 50,00 reais)

Vinho 5:Suzin Cabernet sauvignon 2009 Um vinho de boa estrutura em boca, com certa adstringência. Estagia por 9 meses em barricas de carvalho francês. 13% Vol.

Vinho 6:Comendador Villa Francioni 2009 Produzido com Malbec, Cabernet franc e Cabernet sauvignon, em homenagem ao Sr Vilson pela Villa Francioni como um agradecimento por ser o maior distribuidor dos vinhos da Vinícola. 16 meses de barrica

Vinho 7:Orgalindo Bettú Cabernet Franc 2008. O melhor vinho da prova. Exuberante, com riqueza de aromas e muito persistente em boca. Traz o DNA da família Bettú e do terroir de São Joaquim, pelas mãos de um dos melhores enólogos brasileiros. Rico, complexo e elegante. Custo de 150,00 reais. Belo produto.

Sr Vilson, grande pessoa, nos recebeu como um legítimo Comendador do Vinho. Grande figura do setor, conhecido e respeitado por todos.
Para conhecer mais: http://casadovinho.net/




Após o almoço, estava na hora de fazer uma visita à Villa Francionni:


Uma das mais belas vinícolas do Brasil, a Villa Francioni vale muito a visita, um projeto grandioso ao nível das melhores vinícolas européias, idealizada e construída pelo empresário Sr Manoel Dilor de Freitas, já falecido. 






Para quem quiser mais informações sobre a vinícola e os vinhos: 
http://villafrancioni.com/vf/


Provamos o espumante rosé, o Rosé Villa Francioni (de novo) e o Joaquim tinto. Tive a oportunidade de provar um dos vinhos top da vinícola, o Michelli, e gostei muito.




Ao final rumamos de volta à Florianopolis, após uma grande confraternização com os amigos e família deixando as altitudes para trás mas com vontade de voltar em breve. Difícil descrever em palavras a grande confraternização e alegria de ter os amigos e familiares juntos, por isso já estamos a programar outras. Um abraço a todos!