Quando precisei mudar de cidade tive que deixar a confraria que ajudei a fundar, com muito orgulho, há 6 anos. Fui adotado por
outra e estou aqui a contar essa história.
Interessante que uma
confraria de vinho não é para qualquer pessoa, tive casos de amigos e familiares que
convidei e que tinha certeza que não iriam, mas convidei mesmo assim porque
queria partilhar mais minha vida com eles, nem que fosse somente em mais um encontro mensal.
O fato é que esses encontros mensais foram inesquecíveis
para mim, consigo lembrar dos vinhos, dos pratos, muito melhor do que em outras
ocasiões também especiais, a amizade que se forma em volta do vinho é
diferente, quem vivencia sabe do que estou falando.
Dar um intervalo da correria diária, nem que fosse por 3 a 4 horas por mês, para beber
vinho com os amigos me parecia quase uma obrigação, um prêmio também.
Convidado por um colega de trabalho, aliás um amigo de
trabalho, fui recebido em sua confraria por pessoas que me trataram como se me
conhecessem há anos.
Parecidas? Sim, as confrarias são parecidas, os amigos se
reúnem uma vez por mês e, por ficarem muito tempo sem se ver, falam aos
borbotões. É um tal do Presidente organizar, chamar a atenção, apresentar os
vinhos, afinal, o assunto também é esse! E toda confraria tem um Presidente!
(todas as que eu fui, pelo menos).
A antiga tinha 6 ou 7 confrades assíduos, esta atual tem 22!
As esposas também se conhecem, participam em algumas ocasiões especiais, a
comida é excelente e os vinhos partilhados ficam melhores ainda.
Forme a sua confraria, ou participa de uma, o conhecimento e
a amizade se multiplicam.
Os confrades gaúchos foram a uma viagem à Salta – Argentina,
e essa eu perdi, uma pena. Mas outras virão e as memórias ah! essas serão
eternas, não as perderei nunca.
Um abraço fraterno a todos os amigos desta e daquela
confraria.
Reunião dia 28/08/2013
Potência e concentração foram os predicados dos vinhos da
noite. Vamos a eles:
Schild Estate Shiraz 2009
100% Shiraz . álcool 14,4%
Vale de Barossa - Austrália
Vinho com aromas intensos de fruta madura e especiarias, boa
evolução na taça, taninos macios, boa acidez. Não repete a intensidade em boca,
mas não é desarmônico por isto. Madeira bem integrada ao conjunto, guarda certa
elegância por trás de tanta potência. Típico Shiraz australiano.
Bouza
Tannat 2011
100% Tannat.
álcool a 15%
Canelones –
Uruguai
Coloração rubi com bordos violáceos, aroma de fruta madura e
algo animal como o couro. Gustativamente algo que a mim não agrada que lembra
manteiga, gordura, mas um vinho quente, sem dúvida. Acompanhou bem as carnes
servidas.
Kompassus 2011
Baga, Touriga Nacional e Merlot (proporções?). Álcool a 15,3%
Vinho púrpura, de início
fechado, após abrem-se os aromas terrosos, de ameixa e especiarias. Concentração
e potência são a tônica aqui. Pelo inusitado para mim preferi este, mas para
escoltá-lo à mesa deve-se pensar em pratos condimetados e carnes com alguma
gordura, o que não foi o caso desta noite. Muito irá evoluir na garrafa. Grande
vinho.
Após a abertura dessas garrafas, a hora de compartilhar com os amigos:
Angélica Zapata Malbec 2009