sábado, 10 de outubro de 2015

Um Uruguaio de Respeito: Bouza Tannat A8 Parcela Única 2012


Estava faltando um bom Tannat no Vinhosqueprovo. 

O uruguaios estão entre os maiores consumidores de vinhos da América do Sul.
A sua uva emblemática, a Tannat, é mais gorda e aveludada do que  a da sua terra natal na região de Madiran, na França. 
Produz vinhos tânicos (como bem expressa o seu nome), escuros, concentrados, que podem ser bebidos com poucos anos de envelhecimento, diferentemente do original francês. 
Muito frequentemente é cortada com outras cepas como Merlot ou Cabernet Sauvignon, para moderar a sua adstringência ou dar maior estrutura ao conjunto.




Vamos ao vinho?

Produzido pela Bodega Bouza do Uruguai em Melilla, Montevideo, com 100% Tannat.

Na taça um vermelho-púrpura com halo violáceo, denso, lágrimas grossas e lentas. Aroma vinoso,  de compota de frutas vermelhas e especiarias. No palato é equilibrado, um vinho tânico, mas macio, de boa persistência. Vertical, típico, mostra firmeza e potência, como um bom Tannat. Não é um vinho para o dia-a-dia, é o que os italianos chamam de "vinho de pensar", meditativo, um vinho para ser apreciado aos poucos. Muito prazeroso.

Afinado por 18 meses em barricas novas de carvalho americano. Álcool a 15%
Esta garrafa é a de número 1493, de um total de 4314.

Não sei o preço. Sorry guys, mas essa ganhei por ocasião do meu aniversário. 
Quem importa para o Brasil é a Decanter, de Blumenau.


Um Brinde!


sexta-feira, 9 de outubro de 2015

O Carvalho

A madeira tem muitos mistérios!

Mais um post para o Zucca Gastrô. Desta vez o assunto é o uso de carvalho para a maturação dos vinhos. O assunto é extenso, mas nem por isso deixa de ser importante e prazeroso falar sobre ele. Acredito que, ao final, você poderá melhor perceber a importância do que foi exposto aqui, e também poder melhor apreciar uma taça com os amigos.

O hábitat natural do carvalho é o hemisfério norte temperado e subtropical. Estas árvores vivem vários séculos – algumas até mil anos, e atingem até 30 a 50 metros. São cortadas para fazer barris quando tem de 150 a 250 anos (30 m altura e 80 cm diâmetro).


O uso deste tipo de madeira para armazenamento de bebidas foi uma invenção dos gauleses (povo celta que habitava o território da atual França), no século III D.C. para transporte de vinho para Roma, em substituição às ânforas até então empregadas.

O maior produtor mundial de carvalho é a América do Norte, com mais de 700 milhões de metros cúbicos. A França produz mais de 400 milhões de metros cúbicos.

Localização das principais florestas:

EUA: Oregon, Missouri, Minnesota, Pensilvânia e Virgínia
FRANÇA: Limousin, Allier, Vosges, Never e Tronçais
EUROPA DO LESTE: Hungria, Lituânia, Rússia, Eslováquia e Ucrânia

O carvalho utilizado na produção de vinho pertence ao gênero Quercus, de diferentes espécies: Súber, Alba, Petrae e Robur.

Quercus súber, conhecido como carvalho corticeiro ou sobreiro, é a árvore da qual se extrai a casca para fazer rolhas.

Quercus alba  é o carvalho branco originário da América, inicialmente utilizado para envelhecer wisky e bourbons, e na atualidade muito utilizado para maturar vinhos.

Quercus petrae e robur são os carvalhos vermelhos, originários da França e sempre utilizados para maturar vinhos de qualidade.

O Q. Alba possui uma maior porosidade (grão mais aberto) devido a sua maior velocidade de crescimento e os petrae e robur são mais fechados. Por conta disso, a barrica de carvalho americana é mais barata que a de carvalho francês.

A barrica é feita a partir de duelas que são idealmente fabricadas pela prática de “hendidura” ou rachadura, o que permite abrir a madeira acompanhando as nervuras naturais. (evita a comunicação entre o interno e o externo das duelas). As fibras da duela partida ficam intactas.



É necessária uma secagem da madeira de 2 a 3 anos, no mínimo, para uma barrica de qualidade.

A madeira sofre então 2 queimadas: Queima de Aquecimento, que dura cerca de 25 a 30 min, para curvar as duelas, e a segunda chamada Queima de Tostadura para liberar os componentes gustativos e aromáticos da madeira:

São 4 os níveis de intensidade: Ligeira, Média (M), Média Escura (M+) e Forte.
  Mais usadas: M para os tintos e M+ para os brancos
                                         



Há interferência do gosto do vinhateiro e sua concepção para a escolha do tipo de barrica e sua tostadura? Claro! O famoso produtor Ângelo Gaja acha que o equilíbrio está com 40% do vinho em barrica nova e 60% em barrica de 1 ano, para os seus melhores vinhos.

Há que se destacar também que a profissão de Tanoeiro demanda sensibilidade e experiência, sendo muitíssimo valorizada pelas grandes vinícolas.

Muitos vídeos sobre Tanoaria estão disponíveis no youtube, mas quis destacar este, que dirige um outro olhar a esta antiga profissão:


Outros pontos importantes:
  • A vida útil de um barril, do ponto de vista da extração de aromas e aporte de taninos é de cerca de 3 anos.
  • Barris de carvalho têm alto custo e impacto direto no preço final de uma garrafa de vinho.
  •  Foram identificadas mais de 60 substâncias que a madeira libera no vinho.
  • Compostos odoríferos mais importantes do carvalho não-tostado:
                Lactona: madeira, côco e folhagem úmida de bosque (francês)

                Eugenol: cravo e especiarias (francês e americano do Oregon)

               Vanilina: baunilha (americano)

Observação: No carvalho Americano, os compostos de metiloctolactona e vanilina são quase iguais, determinando uma característica mais açucarada, com notas de côco e baunilha, menos complexas e delicadas.

Com o carvalho, o vinho sofre profundas modificações, ganha intensidade de cor, de taninos da madeira e compostos responsáveis pela complexidade aromática, (chamado de élevage em francês e crianza, em espanhol), pois é um meio de estabilização e de melhoramento da bebida.

Pois bem, mas como isso ocorre?

A porosidade da madeira determina intercâmbio entre o vinho e o oxigênio. O carvalho é levemente poroso, impermeável à líquidos, mas permeável a uma microoxigenação controlada. Assim, podemos concluir que os vinhos maturam em ambiente aeróbico e envelhecem na garrafa em ambiente anaeróbico, ok?



Esta microoxigenação leva à polimerização dos taninos, e, como consequência à uma diminuição da adstringência, produzindo vinhos mais aveludados. O que se quer com a oxigenação controlada é diminuir o teor de CO2, levando a uma lenta evolução de compostos fenólicos para a formação de aromas terciários.


A conclusão de tudo isso é que o armazenamento do vinho em barricas de carvalho determina a crucial relação do vinho com o oxigênio.
Mas, além disso, há uma modificação e estabilização da cor dos vinhos tintos, através da formação de copolímeros entre os antocianos (pigmentos coloridos da casca da uva) com taninos da madeira e com os taninos do vinho. Importante, não?

E quanto ao uso de "chips"? (lascas de carvalho misturados com o vinho). Isso existe também, claro. Eles funcionam para vinhos muito simples, de consumo imediato, que podem ganhar com esse aporte de aroma e sabor. Porém tendem a se perder depois de alguns meses do vinho engarrafado e não proporcionam a mesma qualidade das barricas, nem a microoxigenação.

Isto merece uma consideração. Uso de chips? Tudo bem, mas isso deveria ser descrito no rótulo do vinho, não? Os consumidores tem o direito de saber. É algo que precisa ser regulamentado sim.

Por fim, já passamos pela Era do Carvalho na produção de vinhos. Hoje o que se vê e o que se espera é que a essência da uva prevaleça, com vinhos com identidade e com diversidade.

Citando experts:

“A madeira pode violentar o vinho; mas, como qualquer tempero, pode dar mais qualidade a certos vinhos caso venha a combinar-se com eles harmoniosamente, em vez de chamar toda a atenção para si mesma”.
Guido Rivella


“Num bom vinho, tudo deve ser harmonioso; a qualidade sempre está vinculada a um jogo sutil de equilíbrios de sabores e aromas.”
Émile Peynaud



Espero que este texto possa , de alguma forma, ajudar no prazer de degustar o vinho, nosso principal objetivo. Saúde!!!

sábado, 26 de setembro de 2015

Riesling Peter Lauer

Mais 2 Rieslings para a conta: Desta vez o produtor é Peter Lauer, do Vale do Mosel, Alemanha.

Acredito que é preciso provar um certo tipo de vinho muitas vezes para entendê-lo, ou entender realmente a sua beleza. Digo isto porque considero uma experiência muito diferente provar vinhos brancos alemães da uva Riesling.
Dos secos aos doces, dos muito minerais aos ácidos, dos de baixo a médio teor alcoólico, não tenha preconceito, nem aos Rieslings, nem aos brancos. Apenas prove e perceba. Vamos nessa?

1) Kabinett Peter Lauer 2014


Na taça um vinho de cor amarelo-verdoso, brilhante, pouco fluido.
Aromas de flores brancas e cítricos, pouco intensos. Em boca é que se sobressai, um conjunto cítrico (maçã verde e limão), intenso, mineral e doce. Muito boa persistência no final de boca. Harmônico e linear.
Álcool a 8% v.v.
Um grande vinho, de um grande terroir. Para uma reunião informal, um fim de tarde ou harmonizado com cozinha oriental. Como a própria classificação informa, os Kabinett são vinhos leves e refrescantes, ideais como aperitivos. Muito Especial!
Comprado Na Viniculture, em Berlim, custou 16,50 euros.




2) Senior Peter Lauer 2014
Na taça um vinho de cor amarelo palha, pouco fluido.
Um vinho muito diferente do anterior, austero. Aromas de média intensidade, pouco frutado (pêssego) e muito mineral. Confirma em boca, um vinho caloroso, sente-se a presença do álcool, que, neste vinho tem o teor de 11,5 v.v. Linear como os Rieslings costumam ser, vai direto ao ponto.
Um vinho mais gastronômico.
Comprado Na Viniculture, em Berlim, custou 15 euros.


Enfim, dividi mais uma experiência com brancos, espero que percamos o preconceito com esses vinhos, porque rendem experiências fantásticas e não merecem ser desprezados, mas sim, exaltados. (Espero postar alguns bons brancos produzidos em território nacional em breve, eles existem!).


Um Brinde!

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Terroir

É com grande alegria e prazer que escrevo novamente um post para o Zucca Gastrô, e desta vez abordaremos o termo terroir.

Vinhedo na Provence

Se você é apreciador de vinhos, já deve ter ouvido a palavra terroir. Mas que diacho é isso? Tão complicando meu vinho...

Na verdade, saber e aprender sobre o terroir é importante mesmo, porque diferencia o vinho de todas as outras bebidas do mundo.

Vale do Rio Douro - Portugal

 Em todo vinhedo, uma combinação única de clima, topografia, e solo modela o caráter das vinhas que ali crescem e das uvas que elas produzem. Por sua vez, o vinho feito dessas uvas reflete o aspecto deste lugar.

Terroir é uma palavra de origem francesa que compreende todas as várias e únicas combinações de geografia, clima, viticultura que influenciam as uvas em cada particular área vinícola, tanto um único vinhedo como uma região inteira, incluindo solo, chuvas, sol, ventos, inclinação do solo, irrigação e drenagem.

Piemonte - Itália

O conceito que está por trás de terroir é que dois vinhedos não são exatamente os mesmos. Simples? Pois é isso mesmo.
Até uvas exatamente da mesma cepa criarão vinhos diferentes no gosto, devido à unicidade do terroir sobre o qual cada uma foi cultivada.
Por isso que não é difícil ouvir, de forma romântica, que o vinhateiro expressa o terroir, o solo, através do seu cultivar (no caso, a uva).

Marlborough - Nova Zelândia


Essa diversidade de terroir (uma combinação de solo, clima e indefinível "senso do lugar") é altamente valorizada entre os produtores de vinho e especialmente entre os colecionadores.

Por isso os produtores criam regras específicas para ter a denominação DOC (Denominação de Origem Controlada), porque isso equivaleria a ter um "produto de terroir", um produto único, próprio de uma área delimitada.
No Brasil temos a DO do Vale dos Vinhedos ( a D.O. possui regras de cultivo e processamento mais restritas do que as estabelecidas para a Indicação de Procedência -I.P.), o que traz valor agregado ao produto, garantindo que o mesmo é produzido dentro dos limites do território, sob regras restritas. Bacana não é?

Veja aqui toda a lista de vinhos brasileiros com a D.O. do Vale dos Vinhedos:

http://www.valedosvinhedos.com.br/vale/conteudo.php?view=97&idpai=132

Na foto abaixo, uma garrafa de 6 litros ( chamada de Mathusalem ou Impériale) de Lote 43 Safra 2011 que tive o prazer de compartilhar com amigos em uma confraternização muito especial.

Um blend de Cabernet Sauvignon e Merlot, complexo e potente, com 14% v.v.


Enfim, o Lote 43 da Miolo é um dos vinhos que trazem no rótulo o selo da D.O. Vale dos Vinhedos, e é um dos vinhos nacionais obrigatórios na adega de qualquer um.

Adquirido em 20/04/2015, em Caxias do Sul, na Boccati Vinhos, e custou 486,00 reais. (Na Vinícola Miolo não encontrei).




Um Brinde!
No próximo post: O Uso de Carvalho no Vinho.
Aguardem!

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Curatolo Arini Paccamora Nero d'Avola 2013

Na Sicília se produz vinhos tão típicos quanto em outras regiões da Itália. Assim, provemos um Barolo do Piemonte, um Amarone do Vêneto, ou um Chianti da Toscana, e imediatamente o vinho nos reporta ao terroir, ao clima, aos vinhedos. A Itália é um país que expressa, em suas uvas, o seu País, a sua gente, a sua cultura, a sua mesa, o seu estilo e o seu bem viver. Escrevo isso admitindo a minha paixão por seus vinhos e por sua diversidade de estilos. Viva a Itália!



O vinho de hoje é um siciliano IGT produzido 100% com a casta Nero d'Avola. Não passa por carvalho, na tentativa de expressar somente a fruta.
De cor rubi, com pouca fluidez. Aroma frutado e característico, com muita cereja e algo de especiarias.
Em boca tem corpo médio, em equilíbrio com um corpo tornado caloroso pelo álcool, fino, ainda que exprimindo uma certa juventude, tânico e pouco sápido. Gastronômico como um bom italiano.
Um vinho do Mediterrâneo, de clima muito quente, sem dúvida.
Álcool a 13%
Comprado na Decanter em Florianópolis, custou 78,80 reais.
Nota= 88 pontos
Um Brinde!

P.S. Veja mais sobre outro Nero d'Avola neste link




Torii Cabernet Sauvignon 2008 - Mais um Belo Representante Catarinense


Hoje trouxe uma boa dica de um vinho catarinense, garimpado na última viagem a São Joaquim.



Torii Cabernet Sauvignon 2008

Produzido pela Vinícola Hiragami a 1427 m de altitude, portanto, dos parreirais mais altos do estado, em São Joaquim - SC com as uvas Cabernet Sauvignon e Merlot.
(Há um outro Cabernet Sauvignon da Hiragami, que passa mais tempo em carvalho, e que foi premiado, mas hoje vamos falar deste, que achei excelente custo-benefício)

12 meses de amadurecimento em barricas de carvalho francês. Álcool a 13,6%.

Um vinho de cor rubi com reflexos de cor tijolo.

Aroma vinoso, característico das cepas, com café torrado, ameixa e herbáceo em um conjunto homogêneo e harmônico.

De corpo médio, em boca os taninos estão redondos e macios. Elegante e evoluído. Boa persistência em boca.
Um vinho pronto, não evoluirá com mais tempo de guarda. Portanto desfrutem-no se acharem para compra!

Adquirido na Casa do Vinho, custou 60,00 reais.

Nota= 87 pontos.

Fiquei curioso para provar os outros vinhos desta Vinícola.
Um brinde!

https://www.facebook.com/pages/Vinhos-Hiragami/1719858111573856


domingo, 30 de agosto de 2015

São Joaquim Agosto de 2015 - Vinhos e Amizade

E, novamente a nossa turma de Floripa foi à São Joaquim, porque fomos muito bem recebidos anteriormente, veja aqui porque somos apaixonados por vinho e pela nossa amizade e também porque queremos conhecer mais as coisas da nossa terra e da nossa gente.


Tivemos algumas boas surpresas com produtos novos e com pessoas que estão iniciando seus negócios no mundo do vinho, com pioneirismo, coragem e paixão.


Fomos na Vinhedos do Monte Agudo. Nos receberam muito bem da última vez, e voltamos.


Nesta foto, o time completo.


E os vinhos que pudemos apreciar naquele almoço:


1) Sinfonia Brut Rosé
2) Vinhedos do Monte Agudo Chardonnay 2013
3) Sublime Rosé Merlot
4) Vinhedos do Monte Agudo Cabernet Sauvignon / Merlot 2010

O dono e idealizador da Vinícola Vinhedos do Monte Agudo, Sr Leônidas Ferraz, nos falando de sua paixão pela terra, pelo vinho e pelo seu projeto.


 O pôr-do-sol em São Joaquim é muito típico  e belo também.


Hora de conhecer a Vinícola D'Alture, projeto apresentado pelo Enólogo Adão Cardoso, um jovem cheio de paixão pelo trabalho que faz, um grande profissional à frente dos trabalhos de cuidado com os vinhedos e com a Vinícola, e elaboração dos vinhos.


Após a visita, fomos ao Vinópolis, um wine bar que a vinícola tem no centro da cidade,


Fomos recebidos pelo Sr. Roberto Chaves, proprietário da Vinícola, e, pela mão do seu criador, pudemos ouvir sobre os vinhos e futuros projetos.


Vinhos da noite:



1) Chardonnay Dalture Lounge 2013
2) Sauvignon Blanc Lounge 2015
3) Rosé Dalture Lounge 2012
4) Trio Dalture 2013 (um blend de Cabernet Sauvignon, Merlot e Malbec)
5) Cabernet Sauvignon Reserva 2012

http://www.dalture.com/

No domingo, fomos pela manhã na Casa do Vinho, uma loja de vinhos no centro da cidade, falar com o Sr Vilson e para comprar vinhos e queijos. Eu levei para casa esses, que espero postar em breve:

Villaggio Bassetti Rosé 2013
Pericó Basaltino Pinot Noir 2013
Torii Cabernet Sauvignon 2008


Na volta um almoço maravilhoso em Urubici, no Restaurante  Paradouro Santo Antônio, especializado em carnes, parrilla e peixe (truta).

 Eu provei a truta com cobertura de manteiga de amêndoas, mas hove quem escolhesse a defumada, a com alcaparras e champignon (da foto), além de cordeiro e entrecot.


Ou seja, um espetacular final de passeio.

http://estalagemsantoantonio.com.br/homepage/a-pousada/o-restaurante/

Hora de voltar a Florianópolis.

As vinícolas de São Joaquim estão crescendo com a força de pessoas engajadas, corajosas, sonhadoras e com um grande futuro. Os vinhos? Espelham essa energia e força, estão a melhorar a passos largos e temos e teremos muitas e excelentes novidades em solo catarinense, sem dúvida.

Um Abraço a Todos.



sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Um grande Vinho da Austria! Estoras Sauvignon Blanc 2014

Burgenland é uma região da Áustria que desenvolveu a sua produção vinícola há pouco tempo, após a Segunda Grande Guerra. Faz divisa com a Hungria e ultimamente está figurando no mapa mundial do vinho devido, claro, à produção de bons vinhos, tintos e brancos.





O vinho de hoje é um Sauvignon Blanc desta região, um branco de impressionante custo-benefício.


O Estoras SB 2014 é um vinho de cor amarelo-palha, lágrimas finas e rápidas.
Aromas intensos e característicos da variedade, cítrico, intenso. Em boca tem acidez marcante, um vinho gastronômico. Vertical. Não parece passar em madeira (característica dos Sauvignon blanc, ressaltando a fruta).
Álcool a 12,5%.
Comprado na Kadewe, em Berlim, custou 9,98 euros.
Um belo vinho. Como já foi dito, de impressionante qualidade por este preço.
Nota= 90 pontos


http://esterhazy.at/en/wine/wines/1391082/2014-Estoras-Sauvignon-Blanc-?_vl_backlink=/en/wine/wines/1393493/index.do&direct=1393493

Mais um Nacional! Bettú Chardonnay 2009


Das melhores experiências com vinhos nacionais que já tive, e uma oportunidade única de provar vinhos brancos e tintos com anos de evolução, visitar o Vilmar é sempre daquelas ocasiões que ficam para sempre na memória.
Neste ano fomos visitá-lo com uma turma de amigos, e o Chardonnay foi um dos vinhos que trouxe.



O Chardonnay Barricado 2009 é um vinho de cor amarelo dourada, lágrimas finas e lentas.
Aroma de cítricos como abacaxi em um conjunto que realça o estágio em madeira.
No gustativo confirma os aromas com um amargor de final-de-boca.

Tem o DNA da Serra Gaúcha, não há como não lembrar dos seus pares. Eu diria que este é diferenciado pelo conjunto e pela evolução, nos barris de carvalho e em garrafa. Um espécime raro. 8 meses de barrica. Álcool a 14%. Uma pena que passou do seu auge, está em declínio.
Poderia custar menos, mesmo sendo fã dos vinhos do Vilmar Bettú reconheço que há outros melhores por um valor muito menor.
Como dito anteriormente, comprado diretamente com o produtor, custou 130,00 reais.
(Provamos a garrafa de número 30, de um total de 300 garrafas).



Pizzaria Da Michele



Em Nápoles visitamos um dos locais mais famosos da cidade, (é engraçado dizer isso, porque Nápoles respira História, com tantos locais interessantes para visitar), e que desperta a curiosidade de tantos turistas.


 É a Cantina Pizzeria "da Michele", que tem a fama de servir "a melhor pizza do mundo".


A espera é na porta mesmo, o garçom vem e chama quando for sua vez. Vá cedo, porque o lugar enche rápido.


Um local simples e que já foi cenário do filme "Comer, Rezar e Amar", com Julia Roberts.


Não espere pizzas muito elaboradas, as pizzas são enormes, mas servem uma pessoa só, e tem um molho simplesmente divino, resultado da mistura com o tomate do sul da Itália, este sim o melhor do mundo, sem dúvida.

São somente 2 tipos de pizza: Marinara e a famosa Marguerita. A aparência é diferente da que estamos acostumados, mas o sabor...



Estávamos com fome (estamos sempre com fome) e o que eu posso dizer é que é uma experiência gastronômica mesmo, para os glutões!

Ao contrário de todos os restaurantes da Itália (vejam bem, eu disse todos), este não serve vinho. As pessoas se servem numa geladeira ao lado das mesas, ou pedem a um dos garçons uma Birra Moretti, brindam, beijam-se,  falam sobre futebol. e apresentam os filhos para os desconhecidos numa confraternização universal, mas à Italiana.

Eu recomendo.

Para saber mais:
http://www.damichele.net/

http://maisdoqueumaviagem.blogspot.com.br/2012/03/italia-napoli-lantica-pizzeria-de.html

http://www.viajenaviagem.com/2011/03/hollywood-minha-cronica-no-divirta-se-do-estadao

Franz Haas Pinot Nero 2009


Hoje foi um dia em que tentei me inspirar com alguns vinho sem sucesso:

Marqués de Cáceres Crianza 2011 : um vinho simples, para o dia-a-dia, mas só.

Balduzzi Grand Reserve 2010 ( 16 meses de barrica, CS (85%) Merlot (5%) e Carmenére (10%): um vinho chileno feito para agradar, fácil, mas ainda não era isso.
E fui abrindo garrafas...

Enfim achei um que merecesse o post:

Franz Haas Pinot Nero 2009 ( ao fundo na foto)


Para quem não sabe, a uva Pinot Nero é a mesma Pinot Noir francesa, aquela mesma que enlouquece os enólogos mundo afora.

O vinho Franz Haas Pinot Nero Alto Adige 2009 é produzido com 100% da casta Pinot Nero, amadurece por 12 meses em barricas de carvalho francês e tem estimativa de guarda de 9 anos.



Na taça um vinho de cor bordô, com reflexos cor de tijolo. Lágrimas lentas e grossas.
Aromas elegantes de framboesa e um leve toque de menta.
Em boca é sápido e mineral, taninos muito finos, um vinho ligeiro e gostoso de beber. Elegante como os italianos sabem ser. Harmônico. Penso que passou do auge, mas nem por isso deixou de ser uma muito boa experiência. Álcool a 13,5%.

Meu preferido de uma noite em que degustei só. (Tenho dificuldade de escrever sobre vinhos de que não gosto, já joguei muitas garrafas fora sem escrever sobre), mas este vale muito a pena, e é um vinho diferente, porque penso que expressa o terroir, saindo do lugar comum dos vinhos aí de cima.

Data da prova: 20/08/2015
Importado para o Brasil pela Decanter.
Preço: O 2008 custa 116,75 reais no site da Decanter.
Nota: 89 pontos.

Um brinde!