quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Quinta da Aveleda 2014 - Vinhos Verdes


Contribuição para o Zucca Gastrô, e hoje o post é sobre os Vinhos Verdes. Chega de chuva gente! Eu sei que os tintos fizeram sucesso nesses dias de ficar em casa, mas pensemos que o verão está a chegar.

A região dos Vinhos Verdes é a maior região demarcada de Portugal. Localiza-se no extremo norte do País, na fronteira com a Espanha, nas províncias do Minho e do Douro Litoral.



O Vinho Verde é um tipo de vinho absolutamente singular de Portugal.

O nome verde , tanto para tintos como para brancos, em linhas gerais, é uma descrição do seu estilo fresco, às vezes submaturado, e não sua cor, que é vermelha ou quase branco-água. É, como o nome diz, uma bebida de acidez elevada e para ser consumida jovem. 

Há duas versões para o nome Verde:
1) a "oficial", que credita o nome ao verde exuberante da paisagem da região do Minho
2) A verdadeira, de que eram vinhos feitos efetivamente a partir de uvas verdes, devido à conjugação de clima e das antigas técnicas de viticultura locais (vinhas exuberantes e regadas em profusão pela águas das hortas).
Luis Lopes (Revista de Vinhos de Portugal), no artigo "Vinho Verde a Origem de um nome" 
                                                                                 

De qualquer forma, isso não tem importância nos dias de hoje, já que a região se modernizou e apresenta uvas que atingem o ponto de maturação ideal.

Região do Minho- portugal

A região dos Vinhos Verdes é uma DOC (Denominação de Origem Controlada), das mais antigas de Portugal, na qual são produzidas aproximadamente 75 milhões de litros /ano, de vinhos verdes brancos e tintos, rosés e espumantes.


Neste clima úmido, as vinhas são extremamente vigorosas, o ácido málico extraordinariamente alto, e os níveis de açúcar natural da uva relativamente baixos, o que resulta em tintos e brancos com baixo teor alcoólico e definitivamente ácidos, um sabor local. 

Apesar de a maioria do branco Vinho Verde ser feito de uma mistura de uvas, que normalmente inclui Azal, Loureiro, Trajadura, Avesso e Pedernã (Arinto), alguns dos melhores são feitos exclusivamente de uva Alvarinho, cultivadas ao redor de Monção.


Algumas dicas para os Vinhos Verdes:


O melhor é prová-los enquanto jovens, mesmo.
Sirva gelado, a uma temperatura ideal de 8 a 10 °C.
Melhoram muito com a comida, e harmonizam muito bem com a cozinha portuguesa, claro. Prove-os com pratos leves, peixes, ou um Bacalhau à Gomes de Sá, por exemplo, ou como aperitivo, na conversa com os amigos em um belo dia de calor.

Trouxe um Vinho Verde bem típico:

Quinta da Aveleda Vinho Verde 2014
De uma das casas mais tradicionais produtoras de Vinho Verde.
Visual amarelo palha.
Aroma média intensidade, típico, flores brancas e cítricos.
Em boca confirma os aromas, com média persistência.
Prazeroso e gastronômico.
Me parece ser a pedida certa para iniciar no mundo dos Verdes, pela tipicidade e pelo prazer que proporciona.
Álcool a 11%
Comprado no Emporium Bocaiúva no dia 21/10/2015, custou 63,20 reais.
Recomendável.


Na prova para este post provei outros dois vinhos que não estavam bons, o Muros Antigos 2014 e o Muralhas de Monção. (Já se diz que não existem grandes vinhos, mas apenas grandes garrafas, para diminuir o viés - mesmo vinho, diferentes garrafas, ok?). 

Então, muito cuidado na compra dos Verdes. Além de serem vedados com pequenas rolhas de cortiça, não foram feitos para durar, evoluir, nem suportam maus tratos, como mau acondicionamento, problemas no transporte e calor em excesso. São, como os alguns brancos, vinhos mais delicados. Mas quando prová-los de jovens e boas garrafas, ah! são uma beleza. (Boa escolha é o Casal Garcia também, esse mesmo que está em todas as gôndolas de supermercados pelo Brasil afora, simples e bom).

Lembrando, também com bom humor, um Provérbio português:
O bom vinho arruína a bolsa; o mau, o estômago.

Um brinde a todos!