quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Grande Degustação Vinhos de Portugal 2014

Florianópolis 28/08/2014

Bem- vindos a um Mundo de Diferenças.
Alguns fazem  Vinhos, outros fazem História.
Aprecie o que é único.

Foi com frases como esta, usadas na divulgação, que a expectativa foi criada em torno deste evento, realizado no Terraço Cacupé em Florianópolis, uma das mais belas regiões da Ilha de Santa Catarina.
Com castas únicas e enorme variedade de estilos de vinhos, Portugal é pura tradição quando o assunto é vinho, e tivemos a oportunidade de provar produtos das principais regiões do País.



Destaque para alguns vinhos de pequena produção, que fogem do estilo comercial, como os vinhos da Manz. Em um universo de tintos, um branco se destacou: Único produzido com 100% da casta Jampal do mundo, um vinho para não esquecer:  Cor amarelo palha, aroma a abacaxi e pêssego. Boa acidez e final de boca mineral, elegante e longo. Estágio em 6 meses em carvalho francês de primeira passagem com processo de "batonnage". Um dos melhores vinhos da prova, um vinho de terroir.


André Manz, dono da Vinícola, brasileiro residente em Portugal .






Cacupé proporciona uma vista belíssima da cidade de Florianópolis - SC.








Vinhos do Alentejo: Monsaraz e Reguengos de Monsaraz:























Um espetáculo em diversidade e em vinhos únicos, como de fato é Portugal. Oportunidade única para provar sabores deste pequeno país europeu em tamanho, mas gigante na qualidade de seus vinhos.

Confraria dia 28/08/2014



Reunião mensal da nossa Confraria onde foram degustados às cegas 2 vinhos tintos:

Vinho 1 - Coloração rubi com halo violáceo, aroma de ameixas pretas em um fundo vinoso e elegante, equilibrado, harmônico e linear. Um vinho pronto, acredito que não melhore com a guarda. Preferi este.

Vinho 2 - Vinho de cor bordô com halo cor de tijolo denotando evolução . Muita fruta madura, aromas de mel, figo, especiarias, uma estrutura dominada pelo álcool e pela maciez, mas, talvez um vinho muito maduro, em declínio.


Vinho 1: Casa Silva Reserva Cuvée Colhagua 2012
Do Valle de Colchagua - Chile

Vinho 2: Surazo Gran Reserva 2002 Merlot
Do valle de Rapel- Chile, álcool a 14,5%

Como acompanhamento tivemos excelentes pratos de massa da "Di Zucchine Massas artesanais" aqui de Florianópolis, "Bendita Flor", Cannelonni, Raviolli, Rondelli, Sofiolli e molhos incríveis.





Saúde!

sábado, 16 de agosto de 2014

Quinta da Figueira Moça Faceira 2012



Este vinho é produzido pela Quinta da Figueira, um projeto de Rogério Gomes, aqui de Florianópolis. Pensar que um vinho tinto é produzido na Ilha de Santa Catarina, com uvas provenientes de São Joaquim, elaborado de forma artesanal, é no mínimo curioso.

Com uma produção de apenas 500 garrafas, o Moça Faceira é produzido com a mescla de Cabernet Sauvignon (50%) e Merlot (50%), da Altitude Catarinense. Passa por carvalho francês e americano por 21 meses e não é filtrado para melhor preservar suas propriedades naturais.
Na taça é um vinho de cor vermelho-púrpura com halo violáceo, lacrimoso, com pernas grossas e lentas.
Aroma amplo, vinoso, de frutos vermelhos, couro, ervas e especiarias.
Estruturado em boca com intensidade, persistência e adstringência no final. Taninos secos, de boa qualidade. Apresenta uma sapidez e acidez provocativos, um vinho que pede comida, mas eu o apreciei sozinho. Acredito que tenha ainda uma evolução em garrafa, mas é suficientemente harmonioso.
Tem o DNA dos brasileiros, mas com uma "pegada" que foge ao comercial , mais ao estilo do Velho Mundo. É um bicho raro com o qual dá para se divertir.
Álcool a 13,5%.
Comprado na Pizzaria Forneria Catarina, aqui em Florianópolis, custou 78,00 reais.
Nota= 91 pontos.
Altamente recomendável.

http://loja.quintadafigueira.com.br/


Como disse Patrício Tapia em entrevista ao Renato Machado no extinto Programa Menú Confiança: "Penso que o vinho é um catalisador. Um veículo que a Natureza usa para se expressar. E, muitas vezes, é um veículo, um catalisador, que grandes pessoas utilizam para expressar suas idéias, sua forma de ver a vida. A lição mais importante que aprendi no mundo do vinho é que, por trás da maioria dos grandes vinhos - não digo os grandes clássicos, mas os que têm caráter, sempre, necessariamente, existe um grande ser humano. Estes são os vinhos que me interessam, não os grandes nomes, mas os que têm uma personalidade específica, que esteja relacionada com o lugar, como um espelho deste lugar. Ou que seja um catalisador, um psiquiatra da pessoa que o fez".

Acrescento que uma centelha de humanidade nas coisas que vivenciamos fazem valer a pena uma vida inteira de trabalho e dedicação.




Saúde!



domingo, 10 de agosto de 2014

Haras Character Cabernet Sauvignon - Carmenére 2006

O Haras Character Cabernet Sauvignon-Carmenére 2006 é produzido pela Vinícola Haras de Pirque no Valle do Maipo, Chile.




Esta vinícola é propriedade de Eduardo Matte (um ex-engenheiro), que a adquiriu em 1991 em sociedade com Piero Antinori (um dos nomes mais importantes do mundo vinícola na Itália), está localizada em Pirque, e é também conhecida com a "Vinícola da Ferradura", por causa do característico e inusitado desenho e arquitetura de suas instalações. O objetivo foi conceitualizar a questão da criação de cavalos com a produção de vinhos. Bela estratégia de marketing para se fazer conhecer e lembrar.
O mais interessante é que Eduardo Matte não tinha experiência nem na criação de cavalos de corrida e nem em produção de vinhos, mas com esforço e dedicação conseguiu estabelecer sua marca mundialmente, em ambos os negócios.



Impossível não achar fantástico esse empreendimento, inserido em uma paisagem rural belíssima.




O Haras Character CS-Carmenére  é um blend, que no ano de 2006 foi feito com 65% de Cabernet Sauvignon, 19% de Carmenére, 7% de Syrah e 9% de Cabernet Franc. Afinamento por 14 meses em barricas novas de carvalho francês.
Vinho de coloração vermelho-púrpura, na taça lágrimas lentas e grossas. Aromas amplos e intensos de frutos vermelhos maduros, figo, ervas, baunilha e especiarias. Muito rico e delicioso em boca, taninos macios e doces, com um final muito longo. Um vinho harmônico e equilibrado,embora caloroso, com álcool a 15%.
Um grande vinho.
Nota=94 pontos
Preço: Quem importa para o Brasil é a Winebrands, no momento da consulta o estoque estava indisponível. No site vinhobr.com.br a safra 2009 está no valor de 99,90 reais.



Um Brinde!

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Lídio Carraro Agnus Merlot 2011

A proposta para a Confraria Brasileira de Enoblogs do mês de julho foi minha: Vinho tinto nacional sem passagem por carvalho e sem limite de preço.




Com a simplicidade da proposta, tentei envolver os confrades a participar dessa revolução de idéias e ideais que envolvem o fantástico mundo do vinho. Com madeira? Tostadura média? Primeira passagem? Barricas novas de francês ou de americano?

Nada disso.

O objetivo é apenas apresentar a fruta transformada em líquido através da natureza e da mão do vinhateiro e isto aí não é, de maneira alguma, tarefa simples, quando estamos falando de bons produtos. (Eu, como a grande maioria, não sou absolutamente contra o carvalho, só não o aprecio em excesso, mas admito que em alguns vinhos ele dá um toque sublime).

Desconfio, e isto é legal, que todo o confrade quando apresenta sua proposta já tem um vinho especial em mente - comigo, pelo menos foi assim, pois iria a Caxias do Sul e de lá a Bento Gonçalves, então visitei algumas vinícolas, e comprei uns vinhos que achei especiais na Lídio Carraro.  Bettú? Não consegui visitá-lo a tempo. Algum vinho do Marco Danielle? Também não foi dessa vez. Quinta da Figueira, do Rogério Gomes aqui de Floripa? Não pode, porque os vinhos afinam em carvalho. (Espero poder postar em outra oportunidade esses vinhos que também falam da terra, do caráter do homem e da natureza).

Meu vinho do mês para a CBE foi com esse pensamento, o desses loucos improváveis e santos que lutam contra as intempéries munidos destas idéias e ideais, sem mudar ao ritmo da música do momento.
Ih! Acho que deixei o texto muuuuuito comprido, hehe.

Tive a infelicidade de abrir uma garrafa de Lídio Carraro Elos Touriga/Tannat na qual o vinho estava oxidado, solicitei reposição no qual fui prontamente atendido, recebi outra que, bem, também não estava boa, e não publico vinhos que não estejam em condições de serem avaliados. Com isso perdi o tempo de postagem, mas, lendo o blog da Rita Lobo me dei conta de uma coisa: Vinho é para se divertir!
O texto dela é de quem está se divertindo com isso, escrevendo, então perfeição não existe e vamos em frente.
Meu vinho do mês é um Merlot da Vinícola Lídio Carraro, do terroir de Encruzilhada do Sul, terroir este sobre o qual já comentei veja aqui .
 O Agnus é uma linha de entrada da Vinícola, e faz parte desta filosofia purista de apresentar vinhos sem passagem por carvalho. Vamos à prova:
Na taça um vinho de coloração rubi com halo violáceo, lágrimas lentas e grossas. Aromas de média intensidade, vinoso, com frutos vermelhos como framboesa, morango e um agradável toque herbáceo. Leve e macio em boca, confirmando os aromas e a tipicidade da Merlot. Taninos finos, amargor final discreto.
Um bom vinho, acredito que harmonize bem com massas e carnes brancas ou vermelhas sem muito condimento.
Álcool: 13,5%
Comprado na Nostra Adega em Florianópolis, custou 35,00 reais.

Se gostei do vinho? É claro pois não! Muito bom custo-benefício.

Um brinde e um abraço a todos!