sábado, 31 de maio de 2014

Vinhedos do Monte Agudo Chardonnay 2011


O tema deste mês para a CBE (Confraria Brasileira de Enoblogs) coube ao confrade Victor Beltrami, do Balaio do Victor: "Um vinho branco, de qualquer casta e país, com passagem por carvalho". Seguimos nos brancos!!

Confesso ser um fã da Chardonnay, é uma preferência pessoal, admito. Quando provo um vinho nacional à altura dos importados então, fico mais fã ainda. Mesmo conhecendo a safra 2010, resolvi provar a 2011 e mantive minha opinião: O Vinhedos do Monte Agudo Chardonnay é um dos melhores vinhos brancos do Brasil.


Produzido com 100% de Chardonnay, de vinhedos próprios, localizados em São Joaquim, Santa Catarina. Fermentação alcoólica em tanques de aço inox e amadurecido por 5 meses em barricas de carvalho francês de primeiro uso. Produção de 4.526 garrafas.

Vinho de cor amarelo dourado, com lágrimas lentas e grossas. Aroma intenso de banana e abacaxi maduro, com um toque elegante de baunilha. Mesmo tendo passado por madeira, nâo perde os caracteres da fruta. Muito intenso no palato, amplo, untuoso, com notas amanteigadas. Boa acidez e mineralidade. Equilibrado. Álcool a 13,1%.
Um vinhaço. Altamente recomendável.




Comprado no dia 14/05/2014 no Supermercado Hippo de Florianópolis, custou 63,34 reais.
Nota= 93 pontos


Este quadro minha esposa fez questão de colocar na sala!
Um Brinde!

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Vistalba Corte C 2009


Havia provado o "Vistalba Corte A" com alguns amigos em um churrasco e me impressionei muito com este vinho. Me pareceu algo como "o melhor entre os melhores" de um dia em que provamos excelentes tintos, e resolvi conhecer um pouco mais da Vinícola Vistalba, mas, a partir de um vinho mais simples, o Corte C, vinho este que provo aqui:

Fundada em 2002 e de propriedade de Carlos Pulenta, a Vinícola Vistalba está localizada em Luján de Cuyo, Mendoza, Argentina. Os vinhos da Linha Vistalba são produzido com uvas colhidas manualmente, depositados em cubas de fermentação de cimento (prática antiga que volta à atualidade pela praticidade e bons resultados). Incorpora-se então técnicas muito modernas como controle computadorizado de temperatura nestas mesmas cubas associado aos métodos tradicionais de afinamento do vinho posteriormente em barricas de carvalho.


O corte C 2009 é produzido com 79%  de Malbec e 21% de Cabernet Sauvignon. 20% do vinho estagia em barricas de carvalho francês por 12 meses, e seis meses em garrafa antes da comercialização.

Na taça um vinho de cor rubi com halo violáceo, límpido, densa fluidez. De boa persistência olfativa, com aromas de cerejas, alcaçuz, pimenta-do-reino e notas animais como couro.  Harmônico. Boa persistência em boca, prazeroso, embora tenha um dulçor que cansa um pouco. Álcool a 14,5%.

Acompanhamento perfeito para carnes vermelhas. De nossa parte harmonizamos com tábua de queijos, presunto Parma e pães. 

Importado por Domno do Brasil.

Nota= 88 pontos
Custo= Comprado no Emporium Nostra Adega em Florianópolis, custou 60,00 reais.
Um Brinde a todos!



terça-feira, 20 de maio de 2014

Fixin "Les Fondemens" 2009

Vinho trazido da última viagem que fizemos à Europa, comprado em uma loja de Nuits Saint Georges (Borgonha), onde podíamos escolher entre diversos produtores, os melhores Pinot Noir do planeta. Claro que eu iria pedir uma opinião do vendedor, porque a oferta de vinhos locais era enorme.
Resolvi apostar neste Fixin 2009, um vinho sobre o qual posso escrever mesmo após alguns dias da prova, porque o aroma e o sabor deste vinho não vou esquecer tão cedo. Claro que é uma crítica favorável.

O que sempre me impressiona é o frescor de certos vinhos do Velho Mundo como por exemplo este, com 5 anos de garrafa. Claro que é um outro estilo de vinho e, como os franceses são "turrões", acredito que daqui a 200 anos o vinho Borgonha não mudará, independente dos modismos aos quais somos submetidos. E nem precisa mudar porque a fama faz com que vendam o seu vinho para o mundo inteiro, mesmo os ruins.

Mas, não é o caso desse. Elegância, delicadeza, sutileza, seja qual adjetivo for, não pode-se ficar indiferente a um vinho destes. Têm-se a impressão de estar provando a fruta líquida, como um presente da Terra para você, e é isto o que sempre procuro na minha bebida favorita.



O "Les Fondemens"  é produzido pelo Domaine Mongeard-Mugneret com 100% da variedade Pinot Noir. 

De coloração pouco intensa, com tonalidade rubi e discreto halo laranja, límpido. Lágrimas finas e lentas.
Aroma muito intenso de cereja, típico da Pinot. Confirma no palato, de intensa persistência, leve e fresco, com pouco tanino e untuosidade. Álcool a 13%.
Um vinho vertical, linear, mas equilibra força nos aromas e palato, sem abdicar da delicadeza e elegância da Pinot. Vinhaço.

Preço: como foi dito, comprado na Borgonha custou por volta de 30,00 euros. Quem importa para o Brasil é a Ravin (o 2008 está no site ao preço de 438,00 reais).

Nota= 96 pontos





Um Brinde!!

Dádivas Chardonnay 2012


Produzido pela Vinícola Lídio Carraro com uvas provenientes de Encruzilhada do Sul- RS, com 100% da variedade Chardonnay.
Encruzilhada do Sul, segundo Eduardo Giovannini, grande estudioso dos vinhos e terroirs brasileiros, caracteriza-se por solos francos de média a baixa fertilidade, originados de granitos. O clima é similar ao da região serrana do RS, porém com chuvas de pior distribuição, normalmente ocorrendo seca no verão.
A combinação de relevo formado por leves ondulações, situado a 420 metros acima do nível do mar, solo arenoso e um microclima de inverno rigoroso, verão de dias quentes, noites frias e poucas chuvas, resulta em um terroir de boas surpresas, originando vinhos com ótima concentração de cor e boa estrutura.

Já havia provado este vinho em outra ocasião, aqui, mas como foi em ambiente festivo com os amigos, faltou uma análise mais detalhada, sem contar que a temperatura (por volta de 10 graus) hoje, estava mais adequada à apreciação deste Chardonnay.




Vamos ao vinho em questão:
De cor amarelho palha, com lágrimas lentas e grossas. Aromas elegantes de flores brancas e abacaxi em calda. Em boca é amplo, envolvente, de personalidade. Álcool a 14%. Um vinho para os fortes sem dúvida!
Vale a experiência e muito melhor do que vários dos seus vizinhos sul-americanos de preço equivalente.

Custo= comprado no Emporium Nostra Adega de Florianópolis, custou 45,00 reais.

Nota= 88 pontos

Um brinde!





sexta-feira, 16 de maio de 2014

Luis Pato Baga + Touriga Nacional Tinto 2006

Luís Pato é uma referência no mundo do Vinho. Este produtor era conhecido mundialmente por produzir vinhos na Bairrada, Portugal, com a uva baga. Digo era, porque mesmo sendo um dos mais apaixonados pela DOC, a deixou para vender seu vinho como Vinho Regional das Beiras.
A uva Baga, assim como a Nebbiolo do Piemonte, possui carga de taninos e acidez, o que faz com que os vinhos necessitem de simpatia, algum tempo de guarda e paciência, e, como diz Hugh Johnson -  não são qualidades do apreciador moderno.
 Este vinho é produzido a partir das castas Baga (60%) e Touriga Nacional (40%), em Óis do Bairro, nas Beiras. No site é informado que este vinho "durará por uns bons 10 anos" e é verdade pois mesmo sendo um senhor, este vinho ainda dá o que falar, méritos deste grande produtor.

Vinho de cor rubi, lágrimas finas e rápidas. Aromas intensos de frutas vermelhas e alcaçuz. De médio corpo e com vibrante acidez, elegante.  Equilibrado, muito saboroso, gastronômico. Álcool a 12,5 %.
Comprado no site da Mistral em março de 2014, ao preço promocional de 37,30 reais, uma pechincha.
Nota= 91 pontos

E não poderia deixar de postar a foto do prato que acompanhou o vinho, uma receita da querida amiga Patrícia Zucco, que tem o Zucca Bistrô, um espaço virtual muito bacana, com receitas extraordinárias, como este filé recheado que minha esposa reproduziu à perfeição:

https://www.facebook.com/ZuccaBistro2010?fref=ts



Um Brinde!


Villa Francioni Rosé 2013


Mais um representante de Santa Catarina, mais um representante de São Joaquim, o Villa Francioni Rosé já faz parte do imaginário dos vinhos do Brasil, por assim dizer. Claro que há o apelo da garrafa elaborada, parecida com um frasco de perfume, e claro que há o apelo da linda cor rósea do vinho, realçada pelo rótulo transparente.

Mas o rosé Villa Francioni tem a intenção de marcar a ocasião por ser um vinho frutado, jovem, com a força das uvas tintas que o compõem (8 variedades!) aliado à sutileza e elegância do rosé.
Produzido com: Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot, Malbec, Syrah, Sangiovese, Pinot Noir e Petit Verdot, um leque ao gosto de Orgalindo Bettú, enólogo da Vinícola.

Vamos ao vinho:
Bonita cor salmão. Aroma frutado, sobressaindo pêssego, groselha e goiaba. Cítrico e refrescante com muito boa acidez. Álcool a 13,2%. Equilibrado e vigoroso. Um vinho para dias ensolarados de verão, realmente.

Parece ser uma companhia ideal para uma reunião festiva com os amigos em volta da piscina, escoltando muito bem entradas, saladas ou pratos de peixe.

Se você aprecia os rosés, me parece uma boa pedida provar este representante nacional.
Ao invés de provarmos somente brancos e tintos, o que lhe parece ser recebido com uma taça deste rosé?

Nota = 87 pontos
Preço= Presente do amigo Marcos Paludo. No comércio está por volta de 50,00 reais.

Uma grande experiência.
Um Brinde!

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Espumante Rosé Brut Abreu Garcia 2012



Projeto dos sonhos do médico Ernani Luiz Garcia conjuntamente com Aparecido Silva e  Jean Pierre Rosier, enólogos e consultores, a Vinícola Abreu Garcia é mais uma representante da Serra Catarinense a elaborar vinhos finos de altitude.
Os vinhos são produzidos em terrenos que não haviam sido explorados antes, mais um desafio portanto, no município de Campo Belo do Sul, na Serra Catarinense.

Vamos à prova:

O vinho de hoje é um espumante rosé produzido com 50% de Cabernet Sauvignon e 50% de Merlot. Lote de 6.500 garrafas.
De bonita cor rosa-pálido, com perlage persistente e numerosas borbulhas, apresenta aromas minerais e de pão torrado, confirmados no palato, com boa persistência e cremosidade. Leve amargor no final de boca, porém encerrando um belo conjunto. Álcool a 13%. Um espumante de personalidade.

Pelo inusitado e pela audácia em fazer um rosé com uma nuance diferente, mais gastronômico, gostei muito e penso harmonizar com uma variedade de pratos, um belo risoto de aspargos, ou pratos de peixe ou saladas.

Altamente recomendável. Uma bela escolha em sua faixa de preço.

Comprado no Supermercado Hippo de Florianópolis, custou 35,00 reais, preço promocional.
Nota= 88 pontos
Um brinde!

domingo, 4 de maio de 2014

Grans-Fassian Riesling Mineralschiefer Trocken 2011



Minha quinta postagem para a CBE (Confraria Brasileira de Enoblogs), cujo tema do mês foi da confrade Evelyn Fligeri, do tacaserolhas.blogspot.com.br :  Vinho elaborado com Riesling, de qualquer região e em qualquer faixa de preço. Confesso que me deu um trabalhinho, hehe.
Como conheço poucos vinhos Riesling procurei como alternativa provar um vinho seco (Trocken).

Desde a década de 70, o termo "trocken" - literalmente "seco" em alemão - refere-se a um vinho que contenha no máximo 4g/l de açúcar residual, ou até 9 g/l se a acidez acompanha de perto o acréscimo de açúcar, permanecendo até no máximo 2 g/l de distância da doçura. Ou seja, se um branco "trocken" contém 9 g/l de açúcar, ele deve conter no mínimo 7 g/l de acidez total expressa em ácido tartárico. Atualmente, os vinhos secos respondem por aproximadamente 1/3 da produção total do país.

A família Grans ostenta 390 anos de tradição na elaboração de vinhos do Mosel. Com dois mil anos de história vitivinícola, o Vale do Mosel possui belas paisagens, caracterizado pelas encostas íngremes de ardósia. O clima extremamente frio proporciona um longo amadurecimento às uvas.

O Mineralschiefer 2011 é produzido na aldeia de Leiwen, no Mosel, com 100% de uva Riesling, não estagia em madeira e apresenta teor alcoólico de 12% v.v.

Na taça é um vinho de cor amarelo- esverdeada, lágrimas lentas e grossas. Aroma sutil de pêssego, um toque vegetal e floral (flores brancas) e petróleo. Em boca é  fresco, mas de leve acidez, final de boca claro e muito mineral, que retoma os aromas, muito persistente, equilibrado. Com um dulçor ao qual não estou acostumado quando o assunto é vinho branco, mas que faz pensar em uma harmonização com a cozinha oriental, sem dúvida e foi o que fizemos: sushis e peixe harmonizaram muito melhor do que com bolinhos de bacalhau. Um vinho para ser apreciado mesmo sem acompanhamentos. Uma experiência bem diferente, muito boa.

Importado para o Brasil pela Decanter, comprado na loja da Decanter em Florianópolis, em 05/04/2014.
Preço: 110,00 reais.