domingo, 24 de novembro de 2013

Tapada do Fidalgo Monte dos Perdigões Branco 2011


Vinho produzido pela Vinícola Monte dos Perdigões, do Alentejo, Portugal, a partir das castas Verdelho, Arinto e Antão Vaz.
Vinificação em cubas de aço inox a que se seguiu um pequeno estágio "sur lies" - segundo Eduardo Giovannini, no livro Viticultura e Enologia: "Estágio em que se conserva o vinho sobre as borras com o intuito de permitir a "lise" das células das leveduras, promovendo a liberação de alguns compostos como aminoácidos e polissacarídeos, com o intuito de fazer um vinho com mais estrutura".
Com bonita cor amarelo palha, límpido, lágrimas finas e lentas. O nariz, muito simples, proporciona abacaxi e mel. Em boca é pleno, confirma os aromas, e com graduação alcoólica de 13,5%, a potência do álcool se faz presente, e se destaca no conjunto. Pouco frutado e com baixa acidez.
Atenção à temperatura dos brancos é essencial também. Preferível degustá-lo muito fresco, à 6-8 °C.
Presente do amigo Will, que solicitou minhas impressões.
Saudações!

Doña Dominga Cabernet Sauvignon 2012

Vinho produzido pela Viña Casa Silva, a partir de meados do ano de 1999, com uma proposta de entregar ao público vinhos leves com boa relação custo-benefício, produzidos com uvas próprias do Valle de Colchagua.
Não confundir com os Vinhos Casa Silva, da mesma vinícola, estes mais elaborados e com passagem por carvalho, importados para o Brasil pela Vinhos do Mundo.
Na taça é um vinho límpido de cor rubi com lágrimas grossas e lentas. Aroma de frutas vermelhas, groselha, pimenta. Em boca é leve, álcool sobressai um pouco, o que não é bom, e persiste um final de boca com gosto herbáceo e condimentos, amargor leve/moderado. Vinho para o dia-a-dia, sendo sua maior qualidade a leveza, com taninos macios, fácil de beber e agradar, especial para os que estão iniciando a apreciar vinhos sem precisar gastar muito. Melhora com a comida.
Comprado no Supermercado, paguei 14,98 reais. Dá para desafiar quem encontre vinho que se iguale em qualidade por esse preço?
Álcool a 14%
Nota: 84 pontos
Importado para o Brasil por FIRST SA.
www.casasilva.cl









domingo, 10 de novembro de 2013

Tarima Monastrell 2011


Produzido pela Bodegas Volver, com 100% da casta Monastrell (Mourvédre na França, ou Mataro em US e AU), na Denominação de Origem de Alicante, Espanha. Chama muito a atenção a beleza do rótulo. 
Na taça um vinho de bonita cor violácea, com lágrimas grossas e lentas. Aromas de chocolate, frutas vermelhas e mirtilo sobressaindo. De taninos macios e doces, com moderada acidez, é um vinho gastronômico. Chama a atenção os aromas e sabor da Monastrell, inusitados, diferentes. Às cegas, pensamos ser um blend com alguma uva autóctone de Portugal, porque é o que tínhamos de experiência para descrever o vinho.
Potente, com graduação alcoólica de 14,5%, difícil de ser apreciado sem acompanhamentos, penso que harmoniza bem com carnes vermelhas em geral e massas com molhos condimentados.
Vale a experiência, mas este vinho traz algo que não me agrada e que inicialmente não soube explicar, mas parece ser por conta do estilo do vinho mesmo. Precisaria provar outros exemplares com esta uva para ter uma opinião justa e não me ater somente ao meu gosto pessoal. É um bom vinho sem dúvida, mas será que por conta da modernidade os vinhos tendem a ter um padrão muito homogêneo, privando-nos da diversidade tão esperada? Fica o questionamento, mas é um vinho de bom custo-benefício.
Nota= 90 pontos.
Importado para o Brasil pela Grand Cru. Comprado no site Sonoma, custou 44,95 reais.
Um brinde!







Salton Desejo 2008



Um dos meus vinhos do coração, o Salton Desejo segue sendo um dos melhores vinhos nacionais e, sem exageros, posso dizer que é o melhor Merlot do Brasil.
A Merlot é uma casta francesa, da região de Bordeaux, de altíssima qualidade, menos tânica, produz vinhos mais macios, frutados e com menos acidez do que a Cabernet sauvignon. 
Aos que assistiram Sideways, no qual o protagonista Miles se recusa a beber Merlot, e contribui mundialmente para o aumento de consumo de Pinot noir (fato anotado por enólogos aqui no Brasil também) os defensores citam o vinho Chateau Petrus, um dos mais prestigiados do planeta, e um dos mais caros também, elaborado com  cerca de 95% de Merlot, como defesa pelo fato da Merlot ser tão desprezada no filme.
Como nossa produção de vinhos finos é recente, e ainda nos falta a uva por assim dizer, emblemática, como é a Carmenére no Chile, a Tannat no Uruguai, a Malbec na Argentina, a Sauvignon blanc na Nova Zelândia, a Pinotage na África do Sul, a Shiraz na Austrália, etc,  adotamos a Merlot como a que mais se adapta ao nosso clima, solo, enfim, terroir. Será nossa uva emblemática mesmo?
Após algumas provas de nossos vinhos, penso que não podemos chegar a uma conclusão definitiva, pois são inúmeras as experiências com outras castas, como pude conferir em minha última visita ao Vale dos Vinhedos. Mas, sim, a Merlot tem um espaço que lhe é devido, e precioso em nosso território. Grandes investimentos não apenas financeiros, mas de muito trabalho e expectativa foram dispendidos em algumas vinícolas, com bons resultados, como Pizzato, Lídio Carraro, Dom Candido, Miolo, Boscato, Santa Augusta, Kranz, mas, a meu ver, nenhum se igualou ao Desejo da Salton.
Elaborado com 100% de Merlot, com uvas da região da Campanha gaúcha.
Na taça é um vinho de cor roxa intensa, com lágrimas finas e lentas. Apresenta grande intensidade aromática de frutas negras, café, tabaco, pimenta. De taninos macios, e com boa persistência em boca, com o álcool bem integrado, e um paladar evidente de baunilha, ameixa, frutas negras. A maturação é feita em barricas de carvalho francês e americano por um ano, com mais um ano de maturação em garrafa antes da comercialização. Não fica-se indiferente a este vinho, é um vinho muito bem vinificado, harmônico e agradável, fácil de beber, mas que traz uma notável complexidade de aromas.
Safra 2008, com álcool a 13%.
Evoluiu bem, e com os seus cinco anos, acredito que tenha ganho o esperado, não vale a pena guardar por mais tempo, a não ser por um curiosidade enofílica. Não é tão complexo como o 2005, que tinha aromas mais exuberantes e com algo de animal e fumaça, mas este também infelizmente não se encontra mais.
Penso que o rótulo deveria ser mais bem elaborado, basta ver os rótulos do Velho Mundo, que chamam mais a atenção e são mais bonitos. O Salton Desejo merece.
Harmonizou de forma perfeita com bife de contra-filé ao molho pesto e batatas, memorável novamente.
Comprado na Loja do Restaurante Canta Maria em Bento Gonçalves em 01/11/2013, custou 49,50 reais, mas em outras lojas custa de 60 a 70 reais.
Nota= 94 pontos
Um brinde!