domingo, 27 de outubro de 2013

Restaurante Cabral

Uma experiência que vale muito a pena em Florianópolis é pegar um barco na Lagoa da Conceição e conhecer o Restaurante Cabral. Nós saímos no Terminal Lacustre da Lagoa da Conceição, próximo ao Restaurante Chef Fedoca. O passeio dura uns 40 minutos. Mas há a opção de sair do Rio Vermelho e é mais rápido (aproximadamente 10 minutos). Custa 15 reais por pessoa, ida e volta.
 Durante este tempo, dá pra ir apreciando um dos locais mais lindos da Ilha, a Lagoa da Conceição.

 O barco é seguro e bem "capitaneado".
 Paramos no Ponto 16 por causa do vento forte, mas a nossa parada era para ser no Ponto 19.
 Sem problemas, mesmo porque a caminhada foi curta (uns 5 minutos), e o Visual...
 No caminho, paramos na Igreja do Centrinho da Lagoa. Linda.
 Foto do interior da Igreja para fora... Belíssimo visual...
 E chegamos ao Restaurante Cabral (só se chega de barco ou lancha, também vimos um ou outro jet ski).

 Para abrir os trabalhos, escolhi um vinho branco da Salentein (PASO), um blend de Sauvignon blanc e Chardonnay. Aroma de limão e muito refrescante.
 De entrada, pastéis de camarão, muito bem temperado, com recheio mesmo, muito bom.
 Pedimos o filé de Carapeva grelhado com os acompanhamentos. Arroz, batata frita e um pirão sensacional.
 Finalizando com café e pastéis de banana.
 Almoçamos na parte interna do Restaurante, porque o Vento Sul estava forte mesmo. Mas o visual é legal mesmo no interior, que é simples, mas bacana.
 Resumo da ópera: se você quer provar uma legítima refeição manezinha, caseira e bem feita e ainda fazer um passeio fantástico, este é o lugar.
Preço: com o vinho e água que pedimos depois, custou 145,20 reais.
Restaurante amigo do vinho: Não, esta não é a praia. Uma pena. Se disponibilizassem mais opções, com uma carta bem feita e variada, haveria maior consumo, acredito. Mas, pelo menos não cobram preços abusivos.
 Retornar também é uma maravilha. Um Abraço a todos.

Jean Claude Rateau - Vinhos da Borgonha


A Borgonha esta à parte para o mundo do vinho. Não há como negar. Os apaixonados concordam que seus segredos são reservados para poucos, e os reles mortais querem aos menos resvalar nos seus mistérios... E foi assim conosco. Mesmo os produtores admitem que, às vezes, e somente às vezes, quando o clima ajudou muito, e as uvas foram espetaculares, é que são feitos grandes vinhos. O problema é que esse grandes vinhos são tão caros que tornam-se inacessíveis.
Quando uma produção já está vendida para o mercado japonês antes da vinificação, espera-se o quê?
O famoso crítico e escritor de vinhos Patrício Tapia já havia dito: "Os mistérios da Borgonha não são para estudantes sem dinheiro. A prova disso é que os demais vinhos que pudemos comprar (após ter ido a apenas um jantar com vinhos magníficos) com o que restou em nossos bolsos fazem parte hoje desta batelada de garrafas que prefiro imaginar nunca haver provado. "
Nossa base em apenas 3 dias foi Beaune e visitamos grandes proprietários e propriedades na Borgonha: Puligny-Montrachet (propriedade de Olivier Leflaive), Clos de Vougeot, Chateau de Pommard, Joseph Drouhin em Beaune, e comprei uns poucos vinhos de Volnay (Michel Lafarge) e de Fixin em Nuits-St Georges, que assim que provar, posto aqui.
Como eu imaginei que nossa vida seria mais fácil tendo algumas dicas, e eu não conheço ninguém que já tivesse ido lá, resolvi consultar o meu conterrâneo Marco Danielle, que inclusive já escreveu para a Revista diVino sobre a Borgonha veja aqui. Conhecemos Jean Claude Rateau por seu intermédio através de algumas mensagens que enviei de Lisboa, antes de irmos para o Alentejo, naquela mesma viagem.
Há algum que você recomendaria? Então, o Marco nos recomendou o Jean Claude, perto de Beaune, onde iríamos, e pudemos conhecer este produtor biodinâmico numa segunda-feira. Foi muito legal da sua parte ter me dado algumas dicas valiosas. Valeu Marco, agradeço novamente.
Na visita, minha esposa preferiu tirar fotos da propriedade, enquanto fomos degustar na cave. Quando voltei me perguntou: - Mas você encontrou o Bettú na Borgonha? Fazendo uma alusão ao Vilmar Bettú, de Garibaldi (risos, sim, há semelhanças).
Vinhos que são belos representantes da região, se assemelham bastante, com destaque para o Les Reversées, um premier cru, ambos com aromas herbáceos e de cereja. Muito equilibrados, com taninos suaves e com boa vocação gastronômica, impressionam pela delicadeza. Vinhos prontos, evoluirão com a guarda? Ambos são da safra 2010. Harmonizou muito bem com salmão. 
Não estão disponíveis no Brasil, o Les Reversées custou 22 euros e o Les Beaux et Bons custou 16,70 euros, uma pechincha.
http://www.jc-rateau.com

sábado, 26 de outubro de 2013

Sotorrondero Jimenez Landi 2009


Tenho predileção por vinhos espanhóis, portugueses e italianos, não necessariamente nessa ordem. Após fazer a "mea culpa" com qualquer injustiça, sendo meu dever admitir isso, explico: são 3 países (talvez a Itália menos), onde acha-se bons vinhos em qualquer faixa de preço, desde os servidos em jarras de barro com comida simples até os grandes e maiores vinhos do mundo. 
O vinho de hoje é um espanhol da DO de Méntrida, Toledo. Produzido por Bodegas Jiménez-Landi com 60% de Syrah e 40% de Garnacha. Passagem por barricas de carvalho francês por 10 meses.
Garrafa estilo Borgonha. Na taça uma coloração rubi com halo cor tijolo, denotando evolução. Aromas inicialmente fechados abrindo para frutas vermelhas em compota, cereja, morango, amora, também aroma floral, violeta.
Muito concentrado, frutado, harmônico, o álcool não se pronunciando, embora tenha 14,5 % , taninos potentes da syrah se sobressaindo, mas com elegância. Final longo, boa acidez, característico do Velho Mundo. Grande vinho. Faz pensar nos grandes verões espanhóis na Região de Toledo, e o amadurecimento perfeito das uvas proporcionado por esta estação seca, de muito sol.
Continuou evoluindo na taça mesmo uma hora após servido. Sugiro prová-lo a 16-18°C e em taça ISO de degustação, para melhor apreciação do mesmo.
Para harmonizar, pense em um prato elaborado, que há merecimento aqui. Da nossa parte foi mais simples, com massa ao pesto caseiro e bifes na chapa.
Nota= 94 pontos.
Importado para o Brasil por Vinho Sul.
Comprado em um site que prefiro não divulgar porque não recomendo, paguei 89,34 reais em uma promoção, hoje está custando 129,90 reais.


domingo, 13 de outubro de 2013

Pietro Marini Malbec 2009


Animado pela experiência dos amigos que foram à Salta, resolvi provar um Malbec no domingo, com o almoço.
Produzido pela Bodega El Transito em Belgrano (Valle de Cafayete - Salta).
De cor rubi límpido, com lágrimas lentas e grossas. Aroma de frutas vermelhas e bosque, couro. Elegante.
Não se parece em nada com os Malbecs mais pesados, não é esse o estilo deste vinho. Ao contrário, em boca é generoso, mas macio, com taninos doces e suaves. De corpo médio,  com boa estrutura. Intensidade e persistência gustativa suficientemente intensas. Boa acidez que convida à mesa, para carne assada ou tábua de queijos. Equilibrado.
Evoluiu bem com a guarda, pronto para beber. Eu gostei.
Bom custo-benefício.
Graduação alcoólica: 14% v/v
Importado para o Brasil pela Porto Mediterrâneo.
Preço: comprado no Emporium Nostra Adega, paguei 44,00 reais.
Nota: 87 pontos.



sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Ode ao Vinho



Muitas coisas legais já foram escritas sobre o vinho, e muito há de se escrever ainda. Minha humilde contribuição:

Ode ao Vinho

O vinho tem gosto do verde, do maduro, do branco e do tinto, do novo e do envelhecido. 
É formado pela casca da uva,  pela polpa, pela semente, crocante, a doçura, são os taninos, é o álcool e a acidez, e também é a pequena imperfeição inerente a todas as coisas humanas e da Terra...
O vinho é expressão da Terra através da uva. É o clima, se choveu, se fez sol, por quanto tempo, é a brisa, a proximidade com o mar ou a montanha, e se isto fez a diferença.
Carrega o suor do camponês que preparou o plantio, que orientou a vinha, que esperou pacientemente as estações e a colheita.
Traz consigo o gênio do Homem e a sua humanidade, a sua temperança.
Traz o gosto da celebração, da boa mesa, da pessoa amada, da felicidade, da família reunida, da comemoração.
" este prato merece uma garrafa inteira, não apenas meia, como me disse um garçom certa vez..." Como a dizer que a vida também mereça ser vivida de forma inteira, com plenitude.
É apenas uma ode ao vinho, quer seja italiano, francês, português, brasileiro, espanhol ou de qualquer lugar. É apenas uma ode, um verso a confessar uma paixão.
Que abram- se as garrafas e que se encham as taças.  Façamos um brinde.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Prova Régia Arinto 2011



Um vinho que provamos em Lisboa, no Restaurante Baleal, para lembrar e que tive a satisfação de encontrar facilmente no Brasil, aliás como muitos bons vinhos portugueses atualmente.
Produzido com 100% de uvas da casta Arinto pela Vinícola Quinta da Romeira na Região de Bucelas, ao norte de Lisboa, Portugal.
Estagia por um mês sobre as borras, no intuito de extrair o máximo de compostos para dar ao vinho mais estrutura.
De cor amarelo palha, límpido. Aromas de frutas cítricas, maçã, abacaxi, flores brancas, com pouca intensidade. Em boca lembra muito os bons vinhos verdes, pela acidez, textura e algo de mineral. 
Para harmonizar, não pensa-se em outro prato a não ser saladas, peixe. Combina muito bem com pratos de bacalhau, o que parece ser uma harmonização perfeita.
Parece já ter passado pelo auge, uma pena, este vinho é muito mais vivaz e marcante. Talvez por conta do transporte ou da guarda, perdem-se predicados importantes do vinho, principalmente nos brancos, nos comuns e com pouca estrutura.
De qualquer forma vale a experiência.
Temperatura de Serviço: 8°C
Nota: 85 pontos
Preço: comprado no Emporium Nostra Adega em Florianópolis, ao custo de 45,00 reais. 
Detalhe: no site da Garrafeira Nacional, boa loja de vinhos em Lisboa, o 2012 custa 3,15 Euros. A que custos temos a importação.
Saúde!